Há outra actriz do filme Isto Acaba Aqui a acusar Justin Baldoni de assédio moral, juntando-se a Blake Lively, que acusa o co-protagonista de assédio sexual e difamação. Isabela Ferrer diz que o actor a intimidou para entregar as comunicações com Blake Lively, usando “tácticas de má-fé” com uma moção “para fins impróprios e com o objectivo de assediar”, detalham os documentos entregues pelos advogados da jovem actriz.

Ferrer deu vida à personagem de Blake Lively na adolescência e foi acusada por Baldoni de estar incontactável para responder sobre o caso de assédio nos bastidores do filme baseado no romance de Colleen Hoover. A actriz respondeu-lhe com um novo processo, onde pede ao tribunal que arquive a moção imposta pela equipa de advogados do produtor e imponha sanções contra ele.

A actriz foi envolvida na disputa entre Baldoni e Lively quando esta última lhe enviou uma intimação para que entregasse a comunicação relevante para o caso de assédio sexual. Ferrer respondeu com uma cláusula de indemnização no seu contrato com os Wayfarer Studios de Baldoni, que produziram Isto Acaba Aqui, exigindo que paguem os honorários legais.

Mas “não foram cumpridas as obrigações” previstas no contrato, queixam-se os advogados da actriz. Mais: dizem que a Wayfarer Studios concordou em indemnizá-la com a “séria” condição de que Ferrer “confirmasse” a resposta que ia enviar à equipa de Blake Lively, “não permitindo realmente que fornecesse os documentos que revelam os verdadeiros factos”.

Contudo, Isabela Ferrer não se terá deixado intimidar e enviou as provas de comunicação em resposta ao pedido de Lively, levando Baldoni e os seus advogados a tentarem “controlar as suas próximas acções” com uma nova intimação. “Baldoni não fez qualquer esforço para adaptar a intimação à produção de materiais novos ou diferentes, demonstrando que o verdadeiro objectivo da intimação, bem como da moção pendente, é assediar a Sra. Ferrer”, referem os advogados da actriz.

Ou seja, Baldoni pediu exactamente os mesmos documentos que Ferrer tinha entregue a Lively e pressionou a actriz de forma pública, chegando mesmo a divulgar “moradas que poderiam ser” as suas. “Este tipo de comportamento da Baldoni não é novo”, lamentam os advogados, lembrando que a sua cliente ainda não foi indemnizada pelas custas legais.


O processo Lively vs. Baldoni tornou-se conhecido em Dezembro, quando a actriz apresentou a queixa, que se mantém, incluindo “o assédio sexual e retaliação”. Blake Lively usa como argumento uma cena que foi filmada sem a presença de um coordenador de intimidade e sem que tivesse sido ensaiada ou discutida. Na cena em questão, cujas imagens foram divulgadas, Baldoni “inclinou-se para a frente e arrastou lentamente os lábios desde a orelha dela até ao pescoço, enquanto dizia: ‘Cheiras tão bem’”, diz.

Pouco depois da queixa de Blake Lively, Baldoni, que também é realizador do filme, avançou com um processo de difamação contra Blake Lively e Ryan Reynolds, o marido da actriz, exigindo uma indemnização de 400 milhões de dólares (cerca de 350 milhões de euros) pelos danos causados. No processo, o produtor é apoiado pelo co-produtor Jamey Heath, pela publicitária Jennifer Abel e pela publicitária de crise Melissa Nathan.

Além da difamação, o processo inclui ainda queixas de “extorsão civil, invasão de privacidade, violação do pacto implícito de boa-fé e de negociação leal, interferência intencional em relações contratuais, interferência intencional em vantagens económicas potenciais e interferência negligente em vantagens económicas potenciais”.

O julgamento conjunto de ambos os processos está agendado para 9 de Março de 2026.