Israel está a exigir a libertação de todos os reféns detidos em Gaza e alimenta a dúvida sobre se aceitará a nova proposta de cessar-fogo de 60 dias que o Hamas aceitou na segunda-feira.

A proposta, apresentada pelo Catar e pelo Egito, prevê a libertação de cerca de metade dos reféns e é “quase idêntica” a uma proposta dos EUA que Israel então aceitou, de acordo com o Catar.

No entanto, sem rejeitar explicitamente a proposta, o porta-voz do Governo israelita, disse à BBC que Israel não está interessado em “acordos parciais”.“As coisas agora mudaram. O primeiro-ministro traçou um plano para o futuro de Gaza”, afirmou David Mencer.




O gabinete de segurança presidido por Benjamin Netanyahu, aprovou no início de agosto um plano para tomar a cidade de Gaza e campos de refugiados no centro do território, considerados por Israel como os últimos bastiões do Hamas. 

O objetivo é assumir o controlo de segurança de toda a Faixa de Gaza e libertar os reféns, alega o primeiro-ministro.



Refugiados palestinianos em fuga da cidade de Gaza. Foto: Mahmoud Issa – Reuters


Já o ministro israelita da Defesa “aprovou o plano de ataque do exército israelita à cidade de Gaza”, capital e a maior cidade do território palestiniano, afirmou o Ministério à AFP. 


Israel Katz também “aprovou a emissão das ordens de convocação dos reservistas necessários para levar a cabo a missão”, mobilizando assim cerca de 60 mil militares.

O exército israelita, que conquistou cerca de 75 por cento do território palestiniano em mais de 22 meses de guerra, intensificou os ataques e operações terrestres na cidade de Gaza, há mais de uma semana.
Esta quarta-feira, a rádio militar israelita afirma que o exército “se prepara para uma operação prolongada, de vários meses, que continuará até 2026”.
Foto: Reuters


Em Gaza permanecem 49 reféns que foram sequestrados durante o ataque sem precedente realizado a 7 de outubro de 2023 pelo Hamas contra Israel e que desencadeou a guerra na Faixa de Gaza.

O ataque do Hamas matou 1.219 pessoas do lado israelita, na maioria civis, de acordo com a AFP.


Foto: Amir Cohen – Reuters (protesto em Telavive)


A ofensiva de retaliação israelita causou 62.064 mortes em Gaza, a maioria civis, de acordo com dados do Ministério da Saúde do Hamas e que a ONU considera fiáveis.

 


Foto: Reuters


Esta guerra devastou o território palestiniano e Israel mantém um cerco em Gaza a mais de dois milhões de palestinianos ameaçados pela fome, segundo as Nações Unidas. 


Acusações que Israel rejeita.