Fiel ao seu compromisso histórico com uma paz justa e duradoura no Médio Oriente, decidi que a França reconhecerá o Estado da Palestina. Farei o anúncio formal na Assembleia Geral das Nações Unidas em setembro próximo”, escreveu o chefe de Estado francês na rede social X.


Para Emmanuel Macron, “a urgência hoje é acabar com a guerra em Gaza e prestar ajuda à população civil”.

“Tem de haver um cessar-fogo imediato, a libertação de todos os reféns e ajuda humanitária em massa ao povo de Gaza. É também necessário garantir a desmilitarização do Hamas, proteger e reconstruir Gaza”, enumerou o presidente francês.

“Por fim, é essencial construir o Estado da Palestina, garantir a sua viabilidade e permitir que, ao aceitar a sua desmilitarização e reconhecer plenamente Israel, contribua para a segurança de todos no Médio Oriente”.

Emmanuel Macron considera que “não há alternativa” e que com “confiança, clareza e compromisso (…) alcançaremos a paz”.

“O povo francês quer a paz no Médio Oriente. Cabe a nós, franceses, juntamente com os israelitas, os palestinianos e os nossos parceiros europeus e internacionais, demonstrar que isso é possível”.

O líder francês avançou ainda que, perante os compromissos que assumiu para com o presidente da Autoridade Palestiniana, lhe escreveu a manifestar a sua “determinação em avançar” com o reconhecimento.


França, Reino Unido e Alemanha discutem Gaza

A decisão chega depois de, esta quinta-feira, o primeiro-ministro britânico ter avançado que faria uma chamada telefónica de emergência com França e Alemanha para discutir a situação em Gaza, classificando-a como uma catástrofe humanitária “indescritível e indefensável”.

Keir Starmer disse ainda que irá discutir com os aliados o que podem fazer, “de forma urgente, para parar as mortes e levar às pessoas os alimentos de que elas precisam desesperadamente”.

Apelando a Israel que permita a entrada de ajuda humanitária no enclave, o líder britânico sublinhou que “embora a situação já seja grave há algum tempo, atingiu novos níveis e continua a piorar”.

As declarações surgem numa altura em que cada vez mais pessoas morrem de fome em Gaza. Na quarta-feira, a Organização Mundial de Saúde (OMS) indicou que 21 crianças com menos de cinco anos morreram de malnutrição este ano.


Israel, que tem impedido a entrada de ajuda humanitária em Gaza, culpa as Nações Unidas pela lentidão na entrega de bens essenciais. Esta quinta-feira, a ONU disse não saber quantos camiões de ajuda estão em Gaza a aguardar permissão para a distribuição.