O candidato à Presidência da República Henrique Gouveia e Melo visitou a aldeia de Ourundo na passada terça-feira, 19 de agosto, enquanto decorria um incêndio na região. Nas redes sociais, o almirante partilhou vídeos e fotografias da visita, em que aparece a falar com a população. A visita acontece quase uma semana depois do candidato criticar, mesmo sem citar nomes, a postura do governo e as declarações de Luís Montenegro na Festa do Pontal.
“A realidade de muitos portugueses”, é o título de um dos vídeos. “Nestas aldeias e vilas do interior, os portugueses não desistem e combatem os incêndios, muitas vezes sozinhos, para salvar os seus bens e as suas propriedades”, disse ainda o candidato a Belém nas redes sociais. “Hoje em Ourondo, falei com verdadeiros heróis e heroínas anónimos e senti-me verdadeiramente tocado pelas histórias que me contaram”, partilhou.
“É comovente ver a resistência destas pessoas que, mesmo perante um cenário dramático, transformam o medo em força e enfrentam os incêndios para defender o seu património e a sua terra, em aldeias e vilas do interior do país, tantas vezes isoladas e esquecidas. Portugal precisa de todos e precisa de fazer diferente”, apelou ainda o almirante.
A visita à aldeia na Covilhã aconteceu cinco dias depois de Gouveia e Melo manifestar a sua indignação diante das imagens dos incêndios emitidas pelos canais de televisão e criticar a postura de membros do Governo. “Não posso deixar de ficar incrédulo e chocado com a postura de alguns responsáveis políticos que, alheios ao terror vivido pelas populações, mantêm as suas agendas, numa bolha de cinismo frio perante o sofrimento. Se não conseguem prevenir nem remediar, espera-se, no mínimo, que estejam presentes, ao lado do povo, no seu sofrimento”, escreveu o candidato a Belém nas redes sociais.
Gouveia e Melo disse ainda que não aceita “os argumentos de que ‘não se pode falar agora dos incêndios porque é aproveitamento político’, ou ‘só depois do combate é que se pode discutir’. São meros pretextos para ganhar tempo e tentar diminuir as responsabilidades”. O candidato à Presidência da República falou ainda sobre os políticos que estiveram em festas e férias durante as últimas semanas, apesar de não citar especificamente Luís Montenegro e a polémica da Festa do Pontal. “Enfiar a cabeça na areia, adiando o que é difícil de resolver e ir gerindo agendas mediáticas, pode não ser a melhor solução. O que estamos a ver é um interior onde se chora e luta contra as chamas. Mas noutros pontos do país, há quem brinde as férias e tire fotografias sorridentes em eventos políticos no verão. É este desrespeito que mina a confiança na democracia.Um verdadeiro líder, mesmo sem poder fazer mais, está na frente com o seu povo, mostrando que não se esconde das responsabilidades que pediu para assumir.”
Por fim, o candidato destacou que tem “sorte” por ainda não ter a experiência política. “Ano após ano, a memória apaga-se e a prevenção, o planeamento e os investimentos estruturais ficam fora da agenda. Se isto é política, tenho muita sorte em não ter passado por ela“.
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