Os sistemas avançados de assistência ao condutor (em inglês, ADAS) são, hoje em dia, cruciais para muitos condutores, que veem neles verdadeiros auxiliares. Recentemente, um teste, conduzido numa área de tráfego intenso, concluiu que os sistemas analisados proporcionaram ao condutor menos de 10 minutos de tranquilidade num engarrafamento.
Embora sirvam essencialmente para o mesmo fim, como monitorização do ângulo morto, avisos de colisão e travagem de emergência, monitorizando o ambiente do carro para alertar ou ajudar o condutor, os ADAS já apresentam algumas variações entre si.
Entre os mais recentes está a assistência em engarrafamentos: uma variante do controlo de cruzeiro adaptativo mais a manutenção da faixa, projetada para condução em baixa velocidade com paragens e arranques frequentes em autoestradas de acesso limitado.
Neste caso, trata-se ainda de um sistema de nível 2, que exige que o condutor humano ao volante mantenha consciência situacional.
Recentemente, a Associação Automóvel Americana (AAA) testou o ADAS de cinco veículos na área de Los Angeles, com tráfego intenso nas autoestradas.
Condições dos testes de ADAS
Os condutores saíram juntos rumo ao trânsito matinal dos dias úteis e cobriram as mesmas rotas simultaneamente.
Os veículos foram conduzidos em média 550 km ao longo de 16,2 horas, com o ADAS operado de acordo com o manual do utilizador de cada veículo.
Para o teste, os carros foram equipados com câmaras e GPS, por forma a ser possível registar as condições do trânsito, o comportamento, entre outras variáveis.
Mais do que comparar como os ADAS funcionavam no mundo real, a AAA queria comparar o desempenho de alguns sistemas mais capazes, que permitem que os condutores tirem as mãos do volante, com sistemas mais limitados, que exigem que os condutores mantenham as mãos no volante.
Resultados recolhidos pela AAA sobre os ADAS testados
Em média, os ADAS proporcionam ao condutor menos de 10 minutos de tranquilidade num engarrafamento.
Segundo a AAA, os chamados eventos notáveis foram registados pelos sistemas de captura de dados a cada 5,2 km ou 9,1 minutos, em média. Além disso, 85% desses eventos notáveis exigiram a intervenção do condutor.
O evento mais comum que exigiu intervenção foi um carro à frente a cortar a faixa do condutor, tendo isto ocorrido cerca de uma vez a cada cerca de 13 km ou 24,4 minutos, com 90% a exigir intervenção do condutor.
Depois, a centralização inadequada da faixa foi o segundo evento mais comum, ocorrendo uma vez a cada cerca de 18 km ou 32,2 minutos, com 72% desses eventos a exigirem intervenção.
- Não retomada após parar ocorreu 71 vezes, cada uma das quais exigiu que o condutor agisse;
- Controlo de manutenção da faixa ou o controlo de cruzeiro adaptativo foram desativados em 57 ocasiões;
- Um carro de teste não conseguiu desacelerar adequadamente 43 vezes, das quais 70% exigiram que o condutor pisasse no travão.
Perante os dados, a AAA descobriu que os sistemas menos avançados, que exigiam que o condutor mantivesse as mãos no volante, apresentavam eventos notáveis com uma frequência três vezes maior do que os sistemas mãos livres.
Os sistemas mãos livres só exigiram intervenção a cada cerca de 11,5 km ou 20,1 minutos, enquanto os sistemas menos avançados exigiram intervenção em média a cada cerca de 3,7 km ou 6,7 minutos.
A AAA observou, também, que os sistemas sem intervenção manual solicitavam ao condutor que colocasse as mãos no volante a cada cerca de 8,9 km ou 15,3 minutos, em média.
AAA deixa conselhos aos condutores de carros equipados com ADAS
Sob a promessa de incentivar as fabricantes de automóveis a melhorar o desempenho dos seus ADAS, especialmente daqueles cujos testes revelaram algumas falhas, a AAA deixou recomendações com base nas suas conclusões.
Mais do que permanecer sempre alerta, pois os sistemas “nunca substituem um condutor atento”, a AAA aconselha:
- Não se distraia, especialmente com o seu smartphone;
- Leia o manual do utilizador do carro e entenda como, quando e onde os sistemas podem funcionar;
- Defina uma distância adequada em relação ao carro da frente, mesmo que isso signifique mais ultrapassagens.
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