A falta de profissionais qualificados continua a afetar o setor da construção em Portugal, agravando-se durante os meses de verão. Segundo dados da plataforma Fixando, entre junho e agosto, 40% dos pedidos de serviços de construção e remodelação ficaram sem resposta, uma subida de 10 pontos percentuais em relação à média anual de 30%.
Um inquérito realizado pela Fixando junto de 1.267 especialistas registados na plataforma aponta a escassez de mão de obra como o principal obstáculo ao crescimento do setor. Outros fatores identificados incluem a deslocação de trabalhadores para o estrangeiro durante o verão, o encerramento temporário de empresas e fornecedores, e os elevados custos da mão de obra e dos materiais.
“Estes números refletem a necessidade de medidas estruturais para atrair e reter mão de obra qualificada”, refere Alice Nunes, diretora de Novos Negócios da Fixando, que acrescenta: “Ao mesmo tempo, reforçam o papel da nossa plataforma como barómetro do mercado, permitindo identificar tendências e antecipar soluções para clientes e profissionais”.
As áreas mais afetadas pela baixa taxa de resposta incluem calafetagem, construção de muros e poços, desenho técnico, insonorização, instalação de lareiras e chaminés, instalação de sistemas de irrigação, nivelamento de superfícies em betão e soldadura.
Entre os principais obstáculos à expansão do negócio, os especialistas destacam a escassez de mão de obra (63%), seguida do custo da mão de obra (16%) e do custo dos materiais (4%). Para mitigar o problema, sugerem apoios à formação de mão de obra qualificada (67%) e incentivos governamentais à contratação para tornar os salários mais competitivos (33%).