O Presidente sul-coreano, Lee Jae-myung, apresentou esta quinta-feira, 21 de agosto, um plano de três fases para a desnuclearização da Coreia do Norte, poucos dias antes das cimeiras com os líderes norte-americano e japonês.
“A direção política é a desnuclearização da península coreana. A fase 1 é o congelamento do programa nuclear e de mísseis de Pyongyang, a fase 2 é a redução [dessas armas] e a fase 3 a desnuclearização“, disse Lee numa entrevista ao diário japonês Yomiuri, distribuída à imprensa pelo gabinete presidencial sul-coreano.
O dirigente afirmou que, a fim de criar as condições necessárias, Seul vai trabalhar em estreita colaboração com Washington, promovendo o diálogo intercoreano.
As declarações foram feitas antes da visita de Lee ao Japão, para se encontrar com o primeiro-ministro nipónico, Shigeru Ishiba, no sábado e no domingo, e da reunião bilateral com o Presidente dos EUA, Donald Trump, na segunda-feira, em Washington.
A paz e a estabilidade na península coreana são essenciais não só para a Coreia do Sul, mas também para o Japão, a China e a Rússia, sublinhou ainda Lee.
A possibilidade de uma cooperação multinacional para a abertura da rota do Ártico, que poderia envolver Seul, Washington, Moscovo, Tóquio e Pyongyang, foi também mencionada pelo novo Presidente sul-coreano.
As observações surgem um dia depois de Kim Yo-jong, influente irmã do líder norte-coreano, ter acusado diretamente Lee de promover um “sonho absurdo” de reconciliação intercoreana, sublinhando que Pyongyang não tem qualquer intenção de melhorar os laços com Seul.
O Governo sul-coreano expressou, em resposta, “profundo pesar”, considerando as observações uma deturpação dos esforços sinceros para restaurar a confiança entre os dois lados.
Desde a tomada de posse em junho, o Governo de Lee tem tentado aliviar a tensão entre os dois países, nomeadamente com o desmantelamento dos altifalantes fronteiriços e a suspensão das emissões de propaganda.
Apesar das críticas norte-coreanas, o facto de Kim ter mencionado diretamente Lee e os ministros sul-coreanos nas últimas declarações pode refletir a atenção com que encara as medidas tomadas pelo novo Governo sul-coreano, indicou à agência de notícias Efe a especialista do Centro Europeu de Estudos Norte-Coreanos Gabriela Bernal.