Recentemente, a Casa Branca iniciou uma revisão de instituições culturais de destaque, incluindo museus que representam a arte de comunidades Latino-americanas, Africanas e Asiáticas. Este movimento, parte da administração Trump, visa avaliar a maneira como a história dos Estados Unidos é retratada nesses espaços amplamente visitados.

Documentos obtidos pelo The Guardian revelam que a administração considera algumas exposições como apresentadoras de visões excessivamente negativas sobre a história americana. Os registros se baseiam em contribuições públicas recebidas pela Casa Branca e citam exemplos específicos que geraram controvérsia.

Entre os museus que foram sinalizados para revisão estão o Museu Nacional de História Americana, o Museu Nacional do Latino Americano, o Museu Nacional de História Natural, o Museu Nacional de Arte Africana, a Galeria Nacional de Retratos, o Museu de Arte Americana do Smithsonian e o Museu Nacional de Arte Asiática.

Revisionismo de Trump

A administração justifica essa análise alegando que as exposições abordam em demasia temas relacionados à opressão, desconsiderando as conquistas americanas. Por exemplo, no Museu Nacional de História Americana, a exposição ¡Presente!, sobre a história Latina, foi criticada por supostamente promover uma “agenda anti-americana” ao discutir os efeitos da colonização e representar os Estados Unidos como um país que teria usurpado território do México em 1848.

O documento também destaca a exposição sobre Benjamin Franklin, que relaciona suas conquistas científicas à posse de escravizados. A exibição da bandeira Star-Spangled Banner foi mencionada por seu enfoque nas falhas históricas e controvérsias americanas, em vez de celebrar as realizações nacionais.

Além disso, o Museu Nacional de Retratos está sendo questionado por sua abordagem crítica das leis imigratórias racistas, como a Lei da Exclusão Chinesa, que contrasta com a mensagem acolhedora da Estátua da Liberdade. O museu de arte africana é mencionado por um filme sobre George Floyd, enquanto o museu de arte asiática é criticado por exibições que supostamente impõem ideologias ocidentais sobre culturas tradicionais.

Na semana passada, Russ Vought, diretor do orçamento da Casa Branca, enviou cartas a oito museus solicitando informações sobre suas exposições em um prazo de 30 dias e instruindo os oficiais a implementarem “correções de conteúdo”, incluindo substituição de linguagem “divisiva”.

Essa revisão ocorre em um contexto semelhante ao exercício de pressão sobre universidades durante a administração Trump, que resultou em instituições desembolsando centenas de milhões ao governo e reavaliando iniciativas relacionadas à diversidade.

Em um movimento paralelo, o Smithsonian já havia feito alterações em exibições que mencionavam Trump; em julho, retirou todas as referências aos seus processos de impeachment na exibição sobre poderes presidenciais no museu da história americana, mantendo apenas menções genéricas sobre presidentes enfrentando remoção do cargo.

O Smithsonian ainda não se pronunciou oficialmente sobre essas revisões.

*Conteúdo produzido por IA