Após a queda e explosão, durante a última noite, de um drone num campo de milho perto de Osiny, no leste da Polónia, a cerca de 100 quIlómetros da capital, Varsóvia, identificou a origem do dispositivo. 


“Mais uma vez, estamos a lidar com uma provocação da Federação Russa,
com um drone russo”,
declarou o ministro polaco da Defesa, Wladyslaw Kosiniak-Kamysz, esta quarta-feira aos jornalistas. 


Estamos a lidar com um momento crucial, em que
estão em curso discussões sobre a paz, em que existe a esperança de que esta guerra tenha uma hipótese de terminar. A Rússia provoca mais uma vez”,
acrescentou Wladyslaw Kosiniak-Kamys. 


Segundo o ministro da Defesa da Polónia, país vizinho da Rússia e membro da NATO, a “Rússia provoca mais uma vez os países da NATO, após os incidentes envolvendo drones que ocorreram na Roménia, Lituânia e Letónia, bem como as violações do espaço aéreo que ocorreram em quase todos os países da NATO, em particular na Escandinávia, nos países bálticos, bem como na Polónia, Roménia e Bulgária», escreveu ainda o ministro na rede social X.


Também o ministro polaco dos Negócios Estrangeiros, Radosław Sikorski, denunciou, “uma nova violação do nosso espaço aéreo vinda do Leste”. De acordo com o chefe da diplomacia polaca, o incidente confirma que “a missão mais importante da Polónia em relação à NATO é a defesa do nosso próprio território”






O incidente ocorre um dia após a reunião de líderes na Casa Branca, entre Donald Trump, Volodymir Zelensky e os líderes europeus sobre a paz na Ucrânia. No final do encontro, o presidente dos EUA anunciou “preparativos” para uma cimeira entre Vladimir Putin e Volodymir Zelensky.


Após o chefe de Estado ter anunciado publicamente estar pronto para se encontrar com Putin, o presidente russo manifestou disponibilidade para se encontrar com o homólogo ucraniano dentro de duas semanas e propôs um encontro em Moscovo, sugestão descartada por Zelensky provavelmente devido aos riscos para a sua própria segurança.


Enquanto prosseguem as conversações entre os líderes sobre o local da Cimeira entre a Rússia e a Ucrânia, estão em cima da mesa, Viena, na Áustria e Genebra, na Suíça, esta última proposta pelo presidente francês Emmanuel Macron. Na terça-feira, a Suíça disse estar “mais do que pronta” para acolher o encontro e precisou que o país oferecerá “imunidade” a Vladimir Putin se ele vier para uma conferência de paz, anunciou o ministro suíço dos Negócios Estrangeiros, Ignazio Cassis. 


“Discutir garantias de segurança sem a Rússia é utópico”


A propósito das garantias de segurança para a Ucrânia, cerca de dez países europeus estão prontos para enviar tropas para a Ucrânia para garantir um possível acordo de paz, entre eles o Reino Unido. No entanto, o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, afirmou esta quarta-feira que as garantias de segurança para a Ucrânia não poderiam ser decididas sem a aprovação da Moscovo.


“O Ocidente compreende perfeitamente que discutir seriamente garantias de segurança sem a Rússia é utópico, é um caminho que não leva a lado nenhum”, afirmou Serguei Lavrov no final das negociações, esta quarta-feira, com o chefe da diplomacia da Jordânia. “Não podemos aceitar que as questões de segurança coletiva sejam agora abordadas sem a Rússia”, acrescentou.

Recorde-se que recentemente um drone do mesmo tipo foi encontrado no início de agosto na Lituânia, o que levou Vilnius a considerar uma “situação alarmante” e a pedir à NATO que tomasse “medidas imediatas” para reforçar a sua defesa aérea. 


c/agências