Nas suas obras mais recentes — todas elas curtas, elípticas e densas — Rui Nunes coloca-se num lugar de obliteração dos códigos literários, que pressupõe o esgotamento da linguagem e do próprio mundo. No livro anterior, “Neve, Cão e Lava” (2023), a narrativa, de tão pulverizada, assumia o lento “movimento de uma queda”, expondo a ausência de sentido do presente através de “aproximações assimptóticas”. Em “Não É Ainda o Pânico”, há mais coesão e foco, embora persistam as descontinuidades, a lógica fragmentária, o avanço aos tropeções, por meio de súbitos vislumbres que permitem divisar contornos de histórias e silhuetas humanas por entre ruínas.
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