O Benfica já está em campo para contratar um médio de criação, que possa fazer a ligação entre o meio-campo e o ataque. Rui Costa fechou, sem acordo, as negociações com o Fenerbahçe para a transferência de Kerem Akturkoglu e os encarnados avançam já no reforço do plantel… mas para um posição diferente. As águias, com a continuidade do internacional turco, sentem que não precisam de mais um extremo — contactos com o Wolfsburgo por Mohamed Amoura estavam adiantados — e vão mobilizar o investimento para reforçar a equipa com um médio-ofensivo.

José Mourinho, na conferência de Imprensa depois do duelo com o Benfica, quarta-feira, em Istambul, da primeira mão do play-off de apuramento para a fase de Liga da Champions e quando já tinha conhecimento do fracasso das negociações por Akturkoglu, considerou que o Benfica «só pensou, e bem, no aspeto desportivo e não no económico».

«O Benfica tinha a possibilidade de vender o jogador por números importantes, mas deu prioridade à situação desportiva. O treinador quis pôr o jogador a jogar e de cima veio a luz verde para o pôr a jogar. Acho que foram um clube grande. Não foi uma grande surpresa», afirmou o special one, que cumprimentou Akturkoglou, quando o avançado passou em frente ao banco de suplentes depois de ser substituído por Tiago Gouveia aos 76 minutos.

O Fenerbahçe, como se sabe, apresentou uma proposta de €22,5 milhões, mais €2,5 milhões de bónus por objetivos, chegando à valorização que os encarnados fazem de Akturkoglu. Ao mesmo tempo, e por ser forte, naquela altura, a possibilidade de sair, contactaram o Wolfsburgo, sinalizando interesse no avançado/extremo Mohamed Amoura. O Benfica não chegou, porém, a fazer proposta oficial ao clube alemão, que queria entre €35 milhões e €40 milhões.

O clube de Istambul, depois, recuou. E só se disponibilizou a pagar €15 milhões, mais €3 milhões de bónus por objetivos. E, nesse momento, a transferência praticamente caiu. Confirmou-se, já na Turquia, que não havia volta a dar, depois de na terça-feira A BOLA já ter dado conta do pessimismo de quem acompanhava o processo em relação ao possível entendimento.

Na Alemanha, Amoura teve conhecimento dos desenvolvimentos e quem esteve quarta-feira no treino do Wolfsburgo deu conta de que o internacional argelino estava abatido, quando normalmente é dos mais animados e expansivos. Amoura, que já tinha dado o sim ao Benfica, sabia que só com a saída de Akturkoglu se poderiam abrir as portas da Luz. Não é, como tal, o caso.

Como habitualmente serão Rui Costa e Rui Pedro Braz, diretor desportivo, a conduzir o novo processo. Não obstante terem já contratado Enzo Barrenechea e Richard Ríos, não há um médio no plantel com as características para ligar o meio-campo e ataque — Thiago Almada era o preferido, mas o empresário John Textor, proprietário do Botafogo, negociou-o com o Atlético Madrid, por cerca de €21 milhões fixos por 50 por cento do passe.

Já há, naturalmente, alvos identificados e já foram dados, também, passos para que a operação seja concluída o mais depressa possível. É certo que o mercado de transferências fecha, em Portugal, a 1 de setembro, mas neste como noutros casos não há tempo a perder.

O Benfica, em sentido contrário, estuda a possibilidade de Florentino sair, por ter no plantel Barrenechea e Ríos para desempenhar as funções dos dois médios à frente da defesa — Bruno Lage tem preferido o 4x4x2 —e Manu Silva regressará, provavelmente em outubro, à competição. Florentino, que o Benfica avalia em €30 milhões, tem interessados em Itália, Inglaterra, Turquia e Arábia Saudita.