“É muito difícil, se não impossível, ganhar uma guerra sem atacar um país invasor”, declarou Trump, que na sua rede social, Truth Social, comparou o contexto militar da Ucrânia a “uma grande equipa que tem uma defesa fantástica, mas que não é autorizada a jogar ao ataque”.
epa12273726 US President Donald J. Trump, with HHS Secretary Robert F. Kennedy Jr., delivers remarks during a Making Health Technology Great Again event in the East Room of the White House in Washington, DC, USA, 30 July 2025. The White House and the Centers for Medicare and Medicaid Services have received commitments from 60 healthcare technology companies to collaborate on a new health technology advancement initiative. EPA/SHAWN THEW
O Presidente norte-americano, Donald Trump, sugeriu hoje que a Ucrânia deve “jogar ao ataque” para ter alguma hipótese de vencer a Rússia, em contraste com a posição diplomática anteriormente defendida, fundamentada num encontro entre os líderes ucraniano e russo.
“É muito difícil, se não impossível, ganhar uma guerra sem atacar um país invasor”, declarou Trump, que na sua rede social, Truth Social, comparou o contexto militar da Ucrânia a “uma grande equipa que tem uma defesa fantástica, mas que não é autorizada a jogar ao ataque”.
“Não tem hipótese de ganhar!”, sentenciou.
O Presidente dos Estados Unidos sublinhou que o seu antecessor, o “corrupto e incompetente” Joe Biden, “não permitiu que a Ucrânia respondesse” aos ataques russos e insistiu na tese de que, se ele estivesse na Casa Branca, “esta guerra nunca teria acontecido”.
Argumentando que tal representaria uma escalada do conflito, durante quase três anos o Governo Biden não permitiu a venda a Kiev de sistemas de maior alcance, que lhe permitissem atacar alvos dentro do território russo, decisão que alterou no final de 2024, ao permitir o fornecimento à Ucrânia de mísseis táticos ATACMS.
Desde julho deste ano, o Governo Trump aprovou a venda de armas consideradas ofensivas a países membros da NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental) para que as transferissem para a Ucrânia.
O magnata nova-iorquino vaticinou ainda que se avizinham “tempos interessantes”, embora não tenha feito qualquer referência às últimas reuniões que manteve com os homólogos russo, Vladimir Putin, e ucraniano, Volodymyr Zelensky, nem aos supostos esforços em curso para concretizar uma reunião a três.
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e “desnazificar” o país vizinho, independente desde 1991 – após o desmoronamento da União Soviética – e que tem vindo a afastar-se da esfera de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia a cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado, em ofensivas com ‘drones’ (aeronaves não-tripuladas), alvos militares em território russo e na península da Crimeia, ilegalmente anexada por Moscovo em 2014.
No plano diplomático, após um longo impasse nas conversações entre Moscovo e Kiev, realizou-se a 15 de agosto uma cimeira no Alasca entre Trump e Putin sobre a guerra na Ucrânia, com a possibilidade de um cessar-fogo como a principal questão em debate, mas não foram alcançados quaisquer resultados.
Na segunda-feira, Trump recebeu na Casa Branca o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e uma comitiva de alto nível com vários líderes europeus.
A Rússia rejeitou até agora qualquer cessar-fogo prolongado e exige, para pôr fim ao conflito, que a Ucrânia lhe ceda quatro regiões – Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia – além da península da Crimeia anexada em 2014, e renuncie para sempre a aderir à NATO.
Estas condições são consideradas inaceitáveis pela Ucrânia, que, juntamente com os aliados europeus, tem exigido um cessar-fogo incondicional de 30 dias antes de entabular negociações de paz com Moscovo.
Por seu lado, a Rússia considera que aceitar tal oferta permitiria às forças ucranianas, em dificuldades na frente de batalha, rearmar-se, graças aos abastecimentos militares ocidentais.