Como se esperava, o Sp. Braga cumpriu o papel inegociável de favorito na primeira mão do play-off da Liga Europa e derrotou, no Algarve, o modesto Lincoln Red Imps, por claros 0-4. Com esta margem, os minhotos transformaram, nesta quinta-feira, o reencontro da próxima semana com o campeão de Gibraltar numa mera formalidade.

Ver uma equipa de Gibraltar a discutir a entrada na Liga Europa já é, de certa forma, uma excentricidade. E quando, na condição de visitada, isso acontece no Estádio Algarve (casa emprestada), o panorama torna-se ainda mais caricato. Como se já não bastasse a diferença profunda de valor e meios, o Sp. Braga acabou por beneficiar também de dois jogos em Portugal.

O crónico campeão gibraltino surgiu em cena organizado em 4x4x2, que se percebeu desde cedo que resistiria enquanto durasse o pulmão de um “onze” composto por jogadores semi-profissionais. Nas laterais, o Lincoln fazia alinhar um jogador de 37 anos e outro de 40, transformando os duelos directos com adversários como Zalazar e Dorgeles num exercício desequilibrado.

Ainda assim, o Lincoln dispôs da primeira grande ocasião aos 10′, fruto de um erro de palmatória de Niakaté, e só não se colocou em vantagem porque De Barr, isolado perante Hornicek, se precipitou no momento do remate (o guarda-redes checo aguentou a posição e defendeu). Por muito organizada e voluntariosa que fosse a equipa anfitriã, percebia-se que só incomodaria verdadeiramente se o Sp. Braga estendesse o tapete.

Com sete alterações no “onze” que disputou a 2.ª jornada da Liga, diante do Alverca, o Sp. Braga começou a chegar com mais contundência ao último terço a partir dos 22′. Dorgeles ameaçou primeiro e aos 34′ chegou o primeiro golo: cruzamento de Zalazar e cabeceamento de Victor Gómez na pequena área. Cinco minutos depois, foi o médio uruguaio a facturar, após combinação com Moutinho.

O intervalo chegava com 0-2 no marcador e com o sentimento de jogo resolvido. O que ainda estava por perceber era a dimensão do triunfo minhoto, que acabou por não atingir números muito mais expressivos, porque a intensidade global baixou, porque o Lincoln conseguiu circular um pouco mais a bola (ainda que quase sempre no meio-campo defensivo) e porque as substituições sucessivas descaracterizaram um pouco o jogo.

Ainda assim, a superioridade clara do Sp. Braga permitiu-lhe marcar por mais duas vezes. Zalazar, que tem sido uma das figuras da equipa, bisou aos 80′ e Pau Victor, lançado no último quarto de hora, fechou as contas aos 90+1′. Uma goleada que resolveu a eliminatória logo à primeira tentativa.