Vários especialistas da ONU denunciaram esta quinta-feira, 21 de agosto, as “horríveis torturas sexuais” a que foram submetidos civis ucranianos em regiões da Ucrânia ocupadas pela Rússia, numa altura em que decorrem conversações sobre um possível plano de paz.
A Rússia é acusada, num comunicado, de levar a cabo uma “política deliberada e sistemática de tortura” na Ucrânia.
A Relatora Especial sobre Tortura, Alice Jill Edwards, juntamente com vários outros especialistas, enviou um dossier documentando esses casos à Federação Russa.
Em causa estão 10 civis ucranianos “maltratados nas regiões ocupadas da Ucrânia, nomeadamente Kherson, Kharkiv e Zaporijia”.
“Estas acusações distintas, relatando as experiências de quatro mulheres e seis homens, são verdadeiramente horríveis”, afirmou Edwards, referindo que se trata apenas de uma “pequena amostra”.
As vítimas foram submetidas a “violência altamente sexualizada, incluindo violações, ameaças de violação e outros comportamentos depravados”. Em todos os casos documentados foram repetidamente administrados choques elétricos, especialmente nos órgãos genitais.
“Estes civis foram espancados, agredidos, vendados e, em alguns casos, submetidos a simulações de afogamento e execuções simuladas”, indicam os especialistas no comunicado.
“Uma regra elementar do Direito Internacional da guerra estipula que os civis devem ser protegidos. A Rússia parece ter abandonado totalmente as normas internacionais. É mais do que tempo de ela prestar contas por estas práticas ilegais e de todos os Estados com influência sobre ela exercerem uma pressão acrescida”, vincou Edwards.