Ao longo do dia diversos partidos reagiram às medidas e lançaram duras críticas ao Governo.
O Governo anunciou, na quinta-feira, 45 medidas para mitigar os efeitos dos incêndios. Ao longo do dia diversos partidos reagiram às medidas e lançaram duras críticas ao Governo.
O secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, acusou, esta sexta-feira, o Governo de “perder tempo em matéria de gestão florestal” e enviou quatro perguntas sobre concretizações de medidas criadas ainda durante o executivo liderado por António Costa. “Fizemos quatro perguntas ao Governo, que exigem uma resposta. Porque era bom que soubéssemos porque é que o Governo da AD andou a perder tempo em matéria de gestão florestal”, escreveu José Luís Carneiro na rede social X.
Já no Chega, o deputado Jorge Galveias disse que as medidas anunciadas “não tocam no ponto essencial, que é o despovoamento do país”, e defendeu que se essa questão não for tida em conta, os incêndios vão continuar a “acontecer ano após ano”. Além disso, o deputado do Chega insistiu no pedido de demissão da ministra da Administração Interna.
Por sua vez, na Iniciativa Liberal, o partido disse que “Portugal não precisa de mais promessas nem de planos adiados: precisa de ação. Enquanto o Governo se perde em propaganda e bloqueios administrativos, o país continua vulnerável a incêndios cada vez mais violentos”.
“A Iniciativa Liberal reafirma a sua exigência: uma floresta valorizada, instituições reformadas e políticas consistentes de prevenção e recuperação. Só assim será possível quebrar o ciclo de tragédia que todos os anos ameaça vidas, comunidades e o futuro do nosso território”, destacou o partido.
À esquerda, o PCP referiu que o Governo parece estar mais preocupado com a imagem do que com as populações, pedindo que concretize efetivamente os apoios anunciados e que valorize a carreira dos bombeiros. “A declaração do primeiro-ministro é uma declaração de quem está mais preocupado com a sua imagem e com a imagem do Governo do que em dar resposta aos problemas que afetam as populações”, afirmou a líder parlamentar do PCP, Paula Santos.
No BE, a coordenadora, Mariana Mortágua, acusou o Governo de “falta de noção relativamente à aflição das pessoas nos incêndios”, acrescentando que a “reação aos incêndios, a preparação, a organização e acionamento dos meios foi atrasada”.
O JPP reagiu em comunicado e sublinhou a necessidade de apoios para “quem perdeu tudo ou quase tudo”. Filipe Sousa considerou que “se não houver coragem para apostar na prevenção, daqui a um ano estaremos novamente a contabilizar casas destruídas, empregos perdidos e vidas humanas ceifadas pelo fogo”.
As críticas ao Governo continuaram e o deputado Paulo Muacho, do Livre, destacou a “postura reativa” do Governo sobre os incêndios. “É preciso que o Governo deixe de ter uma postura reativa a esta situação. Nós precisamos de perceber o que é que está a ser feito para melhorar o combate e a prevenção dos incêndios, […] porque é que o Governo também tarda em convocar a Comissão Nacional de Proteção Civil e precisamos também de saber o que é que está a ser feito no terreno quando os incêndios são apagados, nomeadamente no que diz respeito à estabilização de emergência dos solos”, disse.