A Tesla, de Elon Musk, está prestes a ver desaparecer uma das suas principais fontes de receita: a venda de créditos de carbono. A mudança deve-se ao fim dos incentivos ambientais que, durante mais de uma década, permitiram à fabricante de carros elétricos lucrar milhares de milhões de dólares com este mecanismo.
Ao produzir apenas veículos elétricos, a Tesla acumulava créditos de carbono em larga escala, que depois vendia a concorrentes como a Stellantis ou a Ford, incapazes de cumprir as metas de emissões estabelecidas pelas normas ambientais, explica o ‘Computer Hoy’.
Este modelo tornou-se numa verdadeira mina de ouro: só em 2023, a empresa já terá somado quase 10 mil milhões de euros em receitas. Em vários exercícios, estas verbas foram decisivas para evitar prejuízos operacionais.
No entanto, o cenário mudou com a entrada em vigor do “Big Beautiful Bill”, legislação aprovada pelo governo de Donald Trump que reduziu drasticamente os requisitos de emissões e cortou os incentivos que sustentavam este mercado. A par disso, o crédito fiscal de 6.500 euros destinado à compra de veículos elétricos nos Estados Unidos foi eliminado ou reduzido, tornando estes automóveis menos competitivos face às alternativas tradicionais.
Especialistas garantem que a Tesla não corre risco de desaparecer, mas admitem que o impacto financeiro será severo. Estimativas recentes indicam que cerca de metade da margem operacional da empresa dependia da venda de créditos de carbono, pelo que a rentabilidade deverá encolher significativamente.