A Fundação Ezequiel Dias (FUNED) anunciou que deixará de fornecer a vacina contra a meningite C ao Ministério da Saúde a partir de fevereiro de 2026. A decisão, já comunicada ao Governo Federal, foi tomada devido aos altos custos e à falta de viabilidade para a produção do imunizante.

O presidente da FUNED, Felipe Attiê, explicou que a instituição precisaria investir cerca de R$ 2 bilhões para construir duas fábricas: “após 17 anos de transferência vamos encerrar esse processo, não foi bem sucedido aqui na fundação por uma série de motivos. Nós teríamos que construir uma fábrica para poder fazer os IFAS de R$ 1 bilhão e outra para fazer formulação e embalagem, mais R$ 1 bilhão. Não há viabilidade econômica e financeira, falta profissionais técnicos nessa área que é altamente especializado” afirma.

Fim das alianças estratégicas

Attiê esclareceu que a FUNED não produzia a vacina. “Nós sempre compramos de outras fábricas, como a GSK. O máximo que fizemos foi rotular e embalar”, afirmou. O presidente da FUNED revelou que o Ministério da Saúde proibiu as “alianças estratégicas” e as substituiu pelas “Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo” (PDPs). Com isso, o governo e o Tribunal de Contas da União (TCU) passaram a fiscalizar a transferência de tecnologia a cada três meses, invalidando o contrato anterior da fundação com a GSK. Attiê concorda com a nova regra, que considera uma medida correta do governo.

Futuro da FUNED

Para se adaptar a esse novo cenário, a FUNED busca uma modernização completa. A instituição contratou uma consultoria da Fundação Getúlio Vargas (FGV) para reestruturar seus negócios e mudar sua personalidade jurídica. O objetivo é ganhar agilidade na contratação de profissionais e na compra de insumos, que hoje depende de processos burocráticos.

A nova estrutura permitiria à FUNED modernizar a produção: “é preciso mudar a FUNED para que ela dê conta de fazer biológico, possa servir ao SUS e salvar vidas como é a função dela” conclui Attiê.