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Desde 1999 que a China nunca comprado tão pouca soja aos EUA. Este fenómeno deve-se a vários fatores, incluindo as elevadas tarifas, a incerteza regulatória e a disponibilidade de soja oriunda do Brasil, que oferece preços competitivos e maior estabilidade política.

Apesar da correlação entre a força do real brasileiro e os preços da soja, os valores atuais permanecem baixos, o que reforça a atratividade das exportações sul-americanas. Desde a primeira guerra comercial do presidente Trump, a China tem privilegiado a soja brasileira, embora continue a ser um comprador relevante de soja americana,  na qual representa cerca de 50% das exportações dos EUA, mas apenas 20% das importações chinesas totais.

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Do ponto de vista político, a China possui cerca de 34% das reservas mundiais de soja e enfrenta atualmente excesso de stock, o que limita ainda mais a necessidade de compras adicionais aos EUA. As tarifas sobre a soja americana estão fixadas em 10%, enquanto o país mantém capacidade de ajustar as suas compras consoante futuras negociações.

A proposta da administração norte-americana para quadruplicar as compras chinesas é praticamente inviável. Um aumento deste tipo exige que a China importasse 88,5 milhões de toneladas de soja apenas dos EUA, quando a produção total projetada para 2025/26 é de cerca de 118 milhões de toneladas. Além disso, a América do Sul, que inclui Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, tem capacidade suficiente para suprir a procura chinesa, o que reforça a posição como principal fornecedora.

O impacto nos preços da soja é direto: após comentários do presidente Trump, houve uma subida inicial, seguida de quedas. As decisões de compra da China continuarão a ser o fator-chave. Segundo o relatório WASDE, apesar de uma ligeira redução nos stocks finais em relação aos máximos históricos, perspetiva-se que a oferta global continue elevada, podendo pressionar os preços para níveis de suporte entre 8,50 e 9,50 dólares por bushel (unidade de medida de capacidade para mercadorias sólidas e secas (especialmente grãos e farinhas) ).