Como criar meninos conscientes dos privilégios, com visão crítica sobre o machismo e capazes de construir relações bacanas?

Primeiro, pelo exemplo. Eu e a mãe dele ali de igual para igual.

Você foi muito babaca com mulheres?

Eu? Muito, muito! Fui um escroto, muitas vezes. Terrível. Vim de outra geração, fui educado “ó a mulher lá, a gostosa”. Perdi a virgindade na zona, com meu pai me cobrando. É um ciclo que tem que quebrar. Meus filhos não terão isso. Não vou ousar dizer que sou feminista, tenho vários resquícios machistas, temos que trabalhar isso o tempo inteiro. O machismo é uma desgraça, faz mal, arrebenta com a gente. Quando homens vêm com papo de machismo, eu falo: “Não quer pensar as mulheres, sendo bem egoísta, pensa na gente, faz mal pra nós”.

A começar pela exigência de virilidade, não poder assumir que brocha… Aliás, já brochou? Como lida?

Milhões de vezes. Depende da mulher. Às vezes, fica envergonhado, em outras dá risada. Depende da idade também, sei lá. Faço parte de uma bolha, a do artista, que se permite mais. A gente não tem essa coisas… Te falei que passei maquiagem, não tenho menor problema. Não estou me livrando do machismo, não, tá? Só falando a bolha do artista é completamente diferente dessa agressividade brutal e bizarra.