Rodrigo Mora. Foto: (Catarina Morais/Kapta+)

Rodrigo Mora. Foto: (Catarina Morais/Kapta+)

As elevadas exigências de André Villas-Boas fizeram recuar os sauditas, que não estão dispostos a chegar aos 70 milhões de euros, valor da cláusula do criativo. Mercado local fecha a 10 de setembro e não é de excluir nova investida no futuro. Em 2024, o mesmo clube desistiu de Galeno, mas nesse caso havia… acordo

O Al Ittihad decidiu retirar-se da mesa de negociações após o FC Porto ter recusado a proposta de 50 milhões de euros, que não incluía bónus nem percentagens sobre uma futura venda do jogador. Mesmo que esses elementos fossem adicionados, André Villas-Boas apontou desde o início para o valor da cláusula de rescisão fixada em 70 milhões de euros. Além disso, o presidente dos azuis e brancos também se mostrou irredutível quanto à recusa de pagar uma comissão de 10% sobre o negócio, como A BOLA explicou.

Face a esse posicionamento, as conversas conduzidas pelo PACE (Player Acquisition Centre of Excellence), organismo vinculado ao Fundo Soberano da Arábia Saudita e à Liga, chegaram ao fim, pelo menos por agora. Importa referir que o mercado de transferências na Arábia Saudita encerra apenas a 10 de setembro, uma data posterior ao fecho da janela de transferências em Portugal. Jorge Mendes, agente do jogador, poderá ainda trazer uma segunda proposta. Contudo, tudo o que for abaixo dos 70 milhões de euros será recusado. Neste momento, as reuniões foram dadas como finalizadas e não foi marcada nova ronda.

Recorde-se que, em setembro de 2024, a transferência de Galeno para o Al Ittihad, avaliada em 50 milhões de euros, também fracassou. Na ocasião, o clube saudita optou por contratar Steven Bergwijn, extremo neerlandês, levando o FC Porto a emitir um comunicado onde criticava a postura do Al Ittihad e ameaçava avançar com uma queixa na FIFA. Este histórico levou a SAD portista a abordar o negócio de Rodrigo Mora com cautela, mantendo-se firme nas suas exigências e atenta às movimentações do Al Ittihad, que também tem demonstrado interesse em Bruno Fernandes, jogador que recentemente recusou uma oferta milionária do Al Hilal.

A concretizar-se o negócio nos moldes exigidos por Villas-Boas, o FC Porto teria fechado a maior transferência da sua história, superando os €60 milhões pagos pelo Al Nassr por Otávio, em agosto de 2023, e o mesmo valor despendido pelo City por Nico González, em janeiro passado. Otávio gerou uma mais-valia de €39,6 milhões, enquanto o médio espanhol andou na mesma ordem de grandeza, €39,36 milhões. No caso de Mora, por ser ativo formado na casa, a mais-valia é toda do FC Porto, o que representaria um encaixe significativo e um excelente fundo de maneio não só para atacar o resto do mercado, mas para abater a dívida e até canalizar algum desse dinheiro para a construção, nas cercanias do Olival, do novo Centro de Alto Rendimento.

Não havendo essa mais-valia económica, resta perceber se há mais-valia desportiva depois deste episódio que motivou comentário seco de Farioli na conferência de imprensa de antevisão do jogo contra o Casa Pia.