Israel atacou, este domingo, a capital do Iémen, Sanaa, controlada pelos houthis, provocando pelo menos dois mortos e cinco feridos, de acordo com a agência noticiosa Saba, associada aos rebeldes. As Forças de Defesa de Israel (IDF) confirmam que o objectivo do ataque era atingir a “infra-estrutura militar”, em resposta a um ataque dos rebeldes na sexta-feira.
As IDF confirmaram, em comunicado, ter atingido o complexo onde se situa o palácio presidencial, duas centrais eléctricas e um posto de combustível. A justificação para os alvos é que o palácio presidencial fica dentro de um “local militar onde estão a ser conduzidas as operações militares do regime das forças terrorista dos houthis” e que as duas centrais eléctricas terão providenciado “energia significativa” para levar a cabo “actividades militares”.
Os relatos dão conta de fogos em vários pontos de Sanaa causados pelos ataques israelitas. Entre os alvos, conta-se uma estação de serviço e a central eléctrica de Hezyaz, no sul da capital iemenita, de acordo com o canal de televisão associado aos rebeldes, Al Masirah. Os ataques israelitas terão atingido áreas residenciais movimentadas: a Reuters cita relatos de alguns residentes que ouviram uma explosão perto da área onde se situa o complexo presidencial e várias bases com mísseis.
Os houthis também já reagiram. No X, Nasruddin Amer, figura proeminente ligada aos rebeldes, escreveu que “atingir um posto de combustível civil numa das ruas principais não vai ter, certamente, impacto em operações militares; em vez disso, revela a brutalidade e a falência do inimigo israelita e vai levar a um escalar da situação”.
Outra figura central dos houthis, Abdul Qader al-Murtada, também escreveu no X que os ataques em solidariedade com Gaza iam continuar: “[Israel] deve saber que não vamos abandonar os nossos irmãos em Gaza, quaisquer que sejam os sacrifícios”.
O ataque de sexta-feira dos houthis, apoiados pelo Irão, terá sido levado a cabo com um drone e um míssil balístico equipado com uma bomba de fragmentação – a primeira vez que o grupo terá usado este tipo de dispositivos, concluiu uma investigação do Exército israelita.
As defesas israelitas não foram capazes de a interceptar por completo, ainda que, em teoria, tivessem capacidades para isso, indica uma investigação do Times of Israel, e causou danos ligeiros no pátio de uma casa em Ginaton.
Há mais de um ano que os rebeldes levam a cabo ataques contra Israel, usando mísseis e drones e atingindo navios no Mar Vermelho. Dizem que se trata de uma forma de solidariedade com os palestinianos de Gaza.
No domingo passado, as forças armadas israelitas levaram a cabo outro ataque, que atingiu a infra-estrutura energética no sul da capital iemenita – de acordo com os israelitas, foi atingida a central eléctrica de Hezyaz e um centro de combustível. Mais uma vez, tratou-se de retaliação pelos ataques perpetrados pelos houthis contra Israel, justificaram em comunicado.