Portugal registará dias marcados por temperaturas elevadas no Interior, com máximas próximas dos 37 ºC em vários distritos, sobretudo no interior Norte. No litoral, a realidade será bem diferente, com nevoeiros e temperaturas amenas entre os 23 e 29 ºC.
Hélder Lopes 24/08/2025 12:55 5 min
As previsões meteorológicas para Portugal sofreram uma reviravolta significativa nos últimos dias. Depois de vários cenários apontarem para uma descida acentuada das temperaturas e até para a chegada da chuva, a realidade mostra-se bastante diferente.
O calor vai manter-se, sobretudo ao Interior, onde as máximas poderão aproximar-se dos 37 ºC no interior Norte, designadamente no Vale do Douro Internacional, entre os dias 24 e 27 de agosto. No litoral, pelo contrário, o tempo será marcado por nevoeiros persistentes e valores mais amenos, raramente acima dos 28 ºC.
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Nos distritos do Interior Centro e Sul, como Castelo Branco, Portalegre, Évora e Beja, as previsões indicam que dificilmente haverá dias com máximas abaixo dos 30 ºC até ao final do mês. Na próxima segunda e terça-feira (25 e 26), os termómetros poderão mesmo escalar até aos 36 ºC ou mais, em áreas do Alentejo e nos vales interiores do Norte. O risco de incêndio rural será elevado, com ar seco, temperaturas altas e ventos variáveis que complicam o combate às chamas.
Temperaturas mantêm-se elevadas no interior de Portugal Continental, podendo oscilar entre os 22 ºC no litoral e os 37 ºC no interior.
No litoral, a situação será diferente: temperaturas entre 23 e 29 ºC, dependendo da proximidade ao mar, e presença frequente de nevoeiros e nuvens baixas, que poderão persistir durante várias horas do dia. Este contraste criará um país a duas velocidades, com desconforto térmico acentuado no Interior e frescura relativa junto ao Atlântico.
Porque é que as previsões mudaram?
A principal responsável por esta mudança súbita é a evolução do ciclone tropical Erin no Atlântico. Nos últimos dias, Erin intensificou-se rapidamente, chegando à categoria 5, antes de iniciar a sua transição para tempestade extratropical. O sistema moveu-se mais para norte do que inicialmente previsto, reforçando o anticiclone a oeste da Península Ibérica.
Este reposicionamento fez com que a frente fria esperada para domingo perdesse intensidade, enquanto abriu espaço à entrada de uma massa de ar mais quente e seca em Portugal. Assim, o cenário de descida das temperaturas e de chuva deu lugar a uma nova sequência de dias quentes e secos, mas com a possibilidade de rajadas de vento e agitação marítima.
Para a próxima semana, designadamente entre quarta e quinta-feira, estão previstas rajadas de vento próximas dos 60 km/h nas áreas costeiras e terras altas do Norte e Centro
Embora não atinja diretamente Portugal, a partir de terça-feira, 26 de agosto, a agitação marítima deverá aumentar de forma significativa no litoral Norte e Centro. Também são esperadas rajadas de vento até 60 km/h em áreas costeiras e terras altas do Norte e Centro, prolongando-se até quarta-feira, dia 27.
Incerteza nas previsões para a última semana de verão climatológico e para o mês de setembro
A evolução do anticiclone continua a gerar incerteza nas previsões. Existe a possibilidade de alguma chuva fraca no Norte e no litoral no final do mês, mas no Interior e no Sul o cenário aponta para tempo seco até meados de setembro, podendo mesmo prolongar-se no outono. Entretanto, o furacão Erin deverá transformar-se num ciclone extratropical muito intenso no Atlântico Norte durante o fim de semana, provocando forte agitação marítima e vento, ainda que sem impacte direto em Portugal.
A tendência geral aponta para a possibilidade de estabelecer a teleconexão climática NAO negativa, facilitando a formação de centros barométricos de baixas pressões, que podem afetar o território nacional. No Interior, o desconforto térmico e o risco de incêndio continuarão a marcar a agenda ainda nos primeiros dias desta semana, enquanto o litoral oscilará entre dias amenos, períodos de sol e nevoeiros persistentes.
Continue a acompanhar a informação meteorológica junto da nossa equipa nos próximos dias, pois estamos certos de que ainda existirão muitas oscilações durante o que resta do curso do verão climatológico.