A lenda é já um clássico de Hollywood. A obra de Bram Stoker, de 1987, inspirou dezenas de filmes e hoje, mais de um século depois, a história continua a ser recontada sob as mais diversas perspetivas. Desta vez, foi o cineasta francês Luc Besson a tentar a sua sorte.

“Drácula – Uma História de Amor”, que chegou aos cinemas esta quinta-feira, 21 de agosto, é uma nova abordagem ao clássico. Nesta versão, acompanhamos o príncipe Vladimir que, após a morte inesperada da esposa, renega a fé e transforma-se num vampiro. Séculos depois, o protagonista, mergulhado em desespero, encontra uma mulher idêntica àquela que perdeu. A descoberta obriga-o a sair do seu isolamento e regressar à sociedade.

O filme inspira-se tanto na obra literária original como no filme “Drácula”, de Francis Ford Coppola, lançado em 1992. Com base nestas referências, o Besson reinterpreta a figura de Drácula, revelando uma faceta mais íntima: a de um homem apaixonado e atormentado.

A vertente romântica da narrativa nasce da vontade de explorar um sentimento que, embora presente nas entrelinhas do livro de Bram Stoker, nunca foi totalmente desenvolvido. Segundo a tradição, foi o suicídio da esposa que levou o príncipe Vlad III, a figura histórica que serviu de base ao personagem, a abraçar o lado sombrio que o tornou vampiro.

“É uma história de amor sobre um homem que espera 400 anos pela reencarnação da sua mulher. É essa a verdadeira essência da história: esperar uma eternidade pelo regresso do amor”, explicou o realizador em entrevista à “Deadline”.

Ao contrário do livro, onde a ação decorre em Londres e Whitby, o enredo deste novo “Drácula” desenrola-se nas montanhas da Transilvânia e em Paris. A mudança deve-se à vontade de incluir elementos visuais da Belle Époque.

As gravações em Paris, contudo, complicaram o processo de filmagem. A produção arrancou em junho de 2024, e a equipa teve de concluir todas as cenas no exterior antes do arranque dos Jogos Olímpicos.

Numa dessas sessões, que envolvia 350 figurantes num jardim, a produção foi surpreendida por uma chuva torrencial. Para contornar o imprevisto, passaram a acompanhar as previsões através de um satélite. “Tive de avisar toda a gente que tínhamos um período de 15 minutos [para gravar] e que tinham de estar prontos… Assim que acabei de gravar o último take começou um dilúvio”, recordou Luc Besson.

O elenco é liderado por Caleb Landry Jones (“Três Cartazes à Beira da Estrada”), no papel de Drácula, e conta também com Zoë Bleu (“Gonzo Girl”), Matilda De Angelis (“A Incrível História de Giorgio Rosa”) e Christoph Waltz (“Sacanas Sem Lei”) nas personagens secundárias.

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