Publicado a 27/07/2025 – 11:20 GMT+2
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Cerca de 40 voos foram cancelados até às 20h30 de sábado, devido a uma greve convocada pelos trabalhadores do handler Menzies Aviation, empresa responsável pela assistência em terra do aeroporto de Lisboa.
Até às 9h00 de domingo, 14 voos terão sido cancelados, 33 estão atrasados e muitos deverão partir sem as bagagens, segundo informou o sindicato.
De acordo com o Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA), a greve está a ter efeitos “catastróficos” e poderá agravar-se no decorrer do fim de semana.
“Os nossos associados estão a aderir [à greve] e o efeito é catastrófico na operação do aeroporto. Há filmes a circular que mostram dezenas de carros de bagagem atafulhados, com que a empresa não consegue lidar porque não tem trabalhadores suficientes”, declarou o agente sindical, Carlos Araújo, à rádio TSF, no sábado.
O sindicalista acusa a Menzies de tentativa de “assédio” depois de ter tomado conhecimento de casos de tentativa de preenchimento das escalas dos trabalhadores por preencher, depois do pré-aviso de greve ter sido anunciado.
Apesar de terem ficado garantidos os serviços mínimos, a empresa terá tentado convencer vários trabalhadores para não aderirem à greve.
“A partir do momento em que está emitido um pré-aviso de greve junto de DGERT, a empresa está automaticamente proibida de movimentar horários, de chamar trabalhadores em folga ou pedir antecipações e prolongamentos. E sabemos e temos dezenas de casos confirmados desses, que os trabalhadores assediados desta forma”, denunciou Carlos Araújo, à TSF.
Os trabalhadores da Menzies Aviation, antiga Groundforce, estão em greve para reivindicar aumento de salários, recebem abaixo do salário mínimo – em Portugal se fixa nos 870 euros mensais. Os assistentes em terra exigem ainda o pagamento de horas noturnas e acesso ao parque de estacionamento para guardarem as suas viaturas quando se deslocam para o trabalho.
Em comunicado divulgado à imprensa, no sábado, a Menzies declarou que “a greve provocou apenas perturbações mínimas, sem impacto nas restantes escalas” do aeroporto de Lisboa e reiterou o “compromisso com a legalidade, condições de trabalho justas e um diálogo aberto e respeitador”. No entanto, a empresa recusa-se conversar com os trabalhadores e sindicatos enquanto a greve se mantiver.
A greve deste fim de semana deverá decorrer até às 24 horas de segunda-feira e é a primeira de cinco ações de protesto programadas pelo sindicato em agosto e setembro.
Entretanto, a ANA – Aeroportos de Portugal espera a ocorrência de “constrangimentos na operação aeroportuária nos períodos: 25 a 28 de julho; 8 a 11 de agosto; 15 a 18 de agosto; 22 a 25 agosto e de 29 agosto a 1 de setembro”.
A administradora dos aeroportos em Portugal, que pertence ao grupo internacional VINCI Airports, desde 2013, aconselha os passageiros com voos operados pela Menzies Aviation, empresa responsável pelos serviços de assistência em escala, a contactar previamente a respetiva companhia aérea.
Os constrangimentos poderão ser alargados aos restantes aeroportos nacionais, cujo serviço de terra esteja contratualizado com a Menzies. Os voos com assistência em terra da Portway, não deverão ser afetados.
Outras fontes • Agências