Moçambique registou 16 novas infeções por mpox nas últimas 24 horas, elevando para 65 os casos confirmados desde 11 de julho e para 713 os casos suspeitos, sem óbitos e com 32 recuperados. O surto concentra‑se no Niassa, enquanto o país reforça a vigilância fronteiriça e aguarda vacinas em setembro
Moçambique contabiliza 65 casos confirmados de mpox num mês e meio, após 16 novas infeções detetadas nas últimas 24 horas na província do Niassa, epicentro do surto, de acordo com o boletim diário da Direção Nacional de Saúde Pública, com dados de 11 de julho a 23 de agosto. Não há registo de óbitos e 32 pessoas já recuperaram. No mesmo período foram identificados sete novos casos suspeitos, elevando o total para 713 nas províncias de Niassa, Nampula, Cabo Delgado, Manica, Sofala e Maputo. Estão sob seguimento 86 contactos.
Entre os 16 casos mais recentes, Lichinga somou seis, Lago quatro, Marrupa dois, Majune dois, Maúa um e Cuamba um. Do total acumulado, 60 infeções foram confirmadas no Niassa (norte), duas em Manica (centro) e três na província de Maputo (sul).
O diretor nacional de Saúde Pública apelou anteriormente à contenção do pânico e ao combate à desinformação associada à mpox, sublinhando a necessidade de evitar estigmas e discriminação dirigidos às pessoas afetadas. As autoridades reiteram que o país está preparado para responder ao surto, com capacidade instalada para 4.000 testes realizados localmente, dos quais cerca de 600 já foram utilizados nesta vaga.
O Governo anunciou que Moçambique espera receber vacinas em setembro para mitigar um eventual agravamento do cenário epidemiológico. Na última semana foi reforçada a vigilância fronteiriça, com equipas de rastreio e testagem operacionalizadas nos pontos de entrada, para travar a propagação de casos.
O coordenador do COESP, estrutura da Direção Nacional de Saúde Pública, destacou a expansão da capacidade laboratorial nas províncias como a principal mudança face a 2022, com disponibilidade de 4.000 testes e mais 1.000 destinados a análises de reagentes para a identificação de estirpes, o que permite testar em todas as capitais provinciais através dos laboratórios de Saúde Pública.
A mpox é uma doença viral zoonótica identificada pela primeira vez em 1970 na República Democrática do Congo. Desde 1 de janeiro, a África Austral registou 77.458 casos em 22 países, com 501 óbitos. Em Moçambique, o primeiro caso foi reportado em outubro de 2022, em Maputo.
NR/HN/Lusa
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