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O Pentágono anunciou esta sexta-feira a demissão de Jeffrey Kruse, general da Força Aérea e diretor da Defense Intelligence Agency (DIA), semanas depois de a agência ter elaborado um relatório preliminar que contradizia declarações do Presidente Donald Trump sobre os ataques militares norte-americanos a instalações nucleares no Irão, que este afirmava terem sido “obliteradas”.

Kruse torna-se assim o mais recente alto responsável do Pentágono a ser afastado desde o regresso de Trump à presidência, por não concordar com o presidente. Trata-se do segundo responsável máximo de inteligência militar a perder o cargo: anteriormente, Timothy D. Haugh, diretor da National Security Agency (NSA), tinha sido destituído na primavera, na sequência de críticas de um teórico da conspiração de direita, avança o The New York Times.

No mesmo dia, o Secretário da Defesa, Pete Hegseth, demitiu também a Vice-Almirante Nancy Lacore, chefe da Navy Reserve, e o Contra-Almirante Jamie Sands, oficial da Navy SEAL responsável pelo Naval Special Warfare Command, segundo fontes oficiais do Departamento de Defesa. Até ao momento, o Pentágono não divulgou explicações oficiais para estas decisões, levantando especulação sobre divergências internas na administração militar.

O afastamento de Kruse ocorre num contexto em que os militares norte-americanos enfrentam pressões políticas crescentes e crescentes tensões sobre a forma como são apresentados relatórios, acusando uma manipulação por parte de quem está no poder. O general era responsável por coordenar a análise estratégica de informações militares e de segurança, incluindo ameaças nucleares, cibernéticas e regionais.

Analistas consideram que estas demissões podem refletir tensões entre o Presidente e os responsáveis de inteligência, numa altura em que o governo procura reforçar a narrativa oficial sobre os resultados das operações militares no estrangeiro.

A substituição de figuras de alto escalão em agências de inteligência não é inédita, mas a sequência de afastamentos recentes sugere uma reestruturação significativa nos comandos militares ligados à segurança nacional e à avaliação estratégica de ameaças.

Kruse e os restantes oficiais afastados tinham responsabilidades centrais na coordenação de dados de inteligência, apoio a operações militares e aconselhamento direto a membros do governo sobre políticas de defesa, sublinhando a importância estratégica dos cargos que agora ficam vagos, à mercê da vontade de Trump.

A decisão do Pentágono levanta questões sobre a continuidade da liderança e a forma como as agências de inteligência vão lidar com as informações sensíveis sobre países estrangeiros, especialmente em contextos de tensão nuclear e militar, como acontece com o Médio Oriente.

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Este tipo de pressão política sobre os organismos de investigação do país levantam também várias dúvidas em relação à liberdade, transparência e autonomia dos Estados Unidos, o país dos sonhos.