Essa defesa do insubstituível se torna ainda mais crucial em tempos de IA. Embora reconheça a evolução dos algoritmos, que deixaram de ser um “brinquedo relativamente bem feito” para se tornarem uma ferramenta complexa, Baek Seung-yeon acredita que a tecnologia jamais poderá replicar o essencial.

Um programa de inteligência artificial nunca poderia substituir esse tipo de ‘sentimento sincero’ e ‘realismo’.

Para Seung-yeon, o ato de escrever se tornará ainda mais valioso, pois as pessoas sempre buscarão o que é único e humano.

O cenário para essa busca é a Geulwoll, a loja de cartas que funciona como um personagem central na trama. Inspirada em um local real, com suas grandes janelas e paredes cor de damasco, a loja foi concebida como um “local de descanso” e um “espaço em branco”.

Eu queria que o espaço em branco fosse o momento de tomar o fôlego necessário para dar o próximo passo.

Esse refúgio se estende à própria cidade de Seul, que, apesar de sua imensidão, oferece um precioso “anonimato”. Para a protagonista Hyoyeong, ser uma passante na metrópole foi uma forma de se desligar dos sufocantes papéis sociais de boa filha e boa profissional, permitindo que ela se reencontrasse.