Coordenadora de Vigilância em Saúde e Laboratórios de Referência (esq), Tânia Fonseca, a vice-presidente de Pesquisa e Coleções Biológicas, Alda Cruz, e a coordenadora da Rede Genômica da Fiocruz, Marilda Siqueira (foto: Plínio Sousa)

O 2º Simpósio da Rede Genômica, organizado pela Vice-Presidência de Pesquisa e Coleções Biológicas (VPPCB) da Fiocruz, reuniu pesquisadores, o Ministério da Saúde, parceiros internacionais e também da indústria, para debater e analisar os trabalhos e ferramentas desenvolvidas ao longo dos últimos cinco anos pela Rede.

Entre os presentes, que lotaram o auditório Leônidas e Maria Deane, do Instituto Oswaldo Cruz (IOC), estavam a coordenadora geral de Laboratórios de Saúde Pública do Ministério da Saúde, Karen Machado Gomes, a consultora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Jaqueline de Oliveira, a diretora regional do Centers for Disease Control and Prevention (CDC, sigla em inglês) na América do Sul, Juliette Morgan, o diretor-presidente do Instituto Todos pela Saúde (ITpS), Gerson Penna e a analista do departamento de Saúde e Qualidade de Vida na Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Adriana Battaglia. O seminário, realizado no dia 13 de agosto, também foi transmitido pelo Zoom.

A programação incluiu apresentações de trabalhos científicos de pesquisadores desenvolvidos ao longo dos últimos anos, incluindo, o uso de ferramentas de análise genômica, integração de dados para vigilância, além de discussões em torno da importância da capacitação de profissionais e perspectivas para ampliação da Rede Genômica no monitoramento, prevenção e resposta a ameaças à saúde pública no Brasil. 
 

Também foram prestadas homenagens aos colaboradores que contribuíram para a criação e consolidação da Rede Genômica como o vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde (VPPIS), Marco Aurélio Krieger, que faleceu em abril de 2025 e o ex-vice-presidente de Pesquisa e Coleções Biológicas, Rodrigo Corrêa, que faleceu em 2023.
 

Durante a abertura do evento, o presidente da Fiocruz, Mário Moreira, salientou a importância histórica para a pesquisa científica da Rede Genômica da Fiocruz – criada em 2020, no auge da pandemia de Covid-19, com o objetivo de sequenciar e gerar dados sobre o vírus Sars-COV-2 – e destacou a importância da ampliação do escopo da Rede, com o monitoramento de outros patógenos de relevância epidemiológica para a estratégia da vigilância em saúde do Sistema Único de Saúde (SUS).

“A Rede Genômica representa uma importante frente para o monitoramento de variantes genéticas de vírus relevantes à saúde pública brasileira, com impacto decisivo na vigilância genômica”. Um trabalho coletivo e integrado que tem produzido conhecimento estratégico para o nosso SUS”.

A capacitação e o suporte técnico em sequenciamento e geração de dados, oferecidos pela Rede, para técnicos e especialistas do país e da América do Sul, em parceria com a OPAS, foram pontos elencados como primordiais pelo presidente da Fiocruz, que ainda destacou a África como um futuro parceiro a fazer parte da Rede.

Já a vice-presidente de Pesquisa e Coleções Biológicas, Alda Cruz, ressaltou o caráter integrado da Rede e sua evolução.

“A Fiocruz não está isolada. Pesquisas e vigilância caminham juntas, e nossa rede avança para além dos vírus, incorporando novas frentes de atuação em saúde pública”.

A coordenadora da Rede Genômica Fiocruz, Marilda Siqueira, lembrou a trajetória da rede desde sua criação, em março de 2020, no contexto da pandemia de Covid-19, e reforçou a importância da cooperação:
 


coordenadora da Rede Genômica Fiocruz, Marilda Siqueira (foto: Plínio Sousa)

“O principal é ouvir sugestões e críticas que possam nos ajudar a continuar fortalecendo a vigilância genômica integrada, capaz de dar respostas em tempo real aos desafios do SUS”.

 

Para a coordenadora de Vigilância em Saúde e Laboratórios de Referência, Tânia Fonseca, a capacidade de resposta da Fiocruz é o que assegura um lugar de destaque da instituição.
 

“Essa é uma característica que nos permite dialogar com parceiros internacionais de igual para igual, representando o Brasil com segurança e excelência”.

A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde (SVSA/MS), Mariangêla Simão, apontou alguns desafios a serem enfrentados pela rede, como a redução dos preços do custo para operação e a incorporação da vigilância genômica na rotina epidemiológica de determinados patógenos.
A Fiocruz está presente em 12 estados da federação e é capaz de detectar a variabilidade genética de diferentes patógenos e qualificar ações de parceiros nacionais (como os Lacens) e internacionais (OMS, OPAS etc.). 

Sobre os próximos passos da Rede Genômica, Tânia Fonseca, informou que estão planejadas expansões para além dos vírus, incluindo resistência antimicrobiana e tuberculose, além do monitoramento de bactérias e, futuramente, protozoários. Para isso, vem sendo feito um planejamento de longo prazo, que leva em consideração o financiamento sustentável para garantir a continuidade da Rede além de momentos emergenciais.

“O futuro da Rede Genômica envolve integrar saúde humana, animal e ambiental, visando preparar o Brasil para novas pandemias e emergências sanitárias” – sentenciou a coordenadora de Vigilância em Saúde e Laboratórios de Referência.


Representantes da Rede Genômica da Fiocruz, do Ministério da Saúde, da indústria e parceiros nacionais (foto: Plínio Sousa)