A Microsoft pediu ajuda ao FBI para para acompanhar os protestos dos quais tem sido alvo por parte de um grupo chamado “No Azure for Apartheid”, após as investigações internas, apagar emails internos e despedir dois funcionários que protestaram durante eventos da companhia.

O Bloomberg avança que há cerca de um ano que a Microsoft enfrenta estes protestos, que combateu ao censurar mensagens internas com palavras como “Gaza”, mas nas últimas semanas, a situação intensificou-se com protestos à sua porta, o que resultou em mais de 20 pessoas presas pela polícia de Redmond, chamada ao local após queixas de distúrbios.

Os membros do grupo “No Azure for Apartheid”, que inclui funcionários e ex-funcionários da Microsoft, acusam a Microsoft de lucrar com a morte de civis ao fornecer tecnologia e software ao exército de Israel, nomeadamente os seus serviços e tecnologia na nuvem Azure. No entanto, em abril de 2025, durante um evento da Microsoft, dois funcionários preparam protestos que se tornaram virais nas redes sociais.

A Microsoft decidiu que não iria permitir que isso acontecesse novamente, por isso chamou o FBI para pedir ajuda para identificar protestos pró-Palestina que podiam ter a companhia como alvo. Os documentos vistos pelo Bloomberg mostram que desde 2024 que a Microsoft colabora com as autoridades para impedir protestos em eventos seus, mas este ano recrutou a ajuda do FBI.

O Bloomberg diz ter visto outros documentos nos quais a Microsoft contacta o FBI para relatar que um ex-funcionário, funcionários e familiares foram avistados em protestos ou que deixaram críticas à companhia nas redes sociais. Os documentos mostram ainda que a Microsoft passou semanas a coordenar esforços com as autoridades de Seattle para travar possíveis distúrbios, mas o receio que o imprevisto viesse de dentro da própria companhia permanecia.

O grupo No Azure for Apartheid inclui funcionários da Microsoft que ainda não estão prontos para sair da companhia ou pronunciarem-se publicamente, mas a estimativa aponta para cerca de 200 funcionários Microsoft que pertencem a este grupo de protesto.