“Utilizamos esse modelo estatístico para poder extrapolar os resultados que temos da Pesquisa de Orçamentos Familiares. Depois, avaliamos se essa fórmula que criamos estava certa ou tinha algum erro, utilizando também métodos estatísticos, com os resultados positivos”, explica Cacau. Uma limitação reconhecida do estudo é o fato do censo utilizado ser referente a 2010; para contorná-la, um fator de correção foi aplicado. “Esse fator de correção foi construído com base no consumo preciso de alimentos ultraprocessados medido nas capitais e no Distrito Federal, onde entrevistadores avaliaram diretamente as pessoas. Esse dado foi considerado o nosso referencial”, continua.

“O consumo alto de ultraprocessados em algumas regiões foi bem alarmante, por outro lado baixos valores não significam uma dieta saudável” – Leandro Cacau 

No Brasil como um todo, a média de participação calórica de alimentos ultraprocessados é de 20,2%. Em comparação com homens, a média das mulheres foi maior, embora diminua com o aumento da idade e aumente conforme nível de escolaridade e renda. Apesar do enfoque na dimensão quantitativa, uma análise qualitativa é necessária para entender o porquê dessas diferenças.

“Nossos principais objetivos eram que esses resultados fossem úteis para a tomada de decisão, especialmente para pensar políticas públicas e realizar ações mais locais. Queremos que os municípios possam utilizar esses resultados para desenvolver estratégias específicas ”, detalha o pesquisador.