O cabotegravir, um inovador medicamento injetável para prevenção do HIV, recebeu aprovação da Anvisa em 2023 e já está disponível no mercado privado brasileiro desde o dia 25 de agosto de 2025. Este fármaco, desenvolvido pela GSK, é comercializado sob a marca Apretude e deve ser administrado a cada dois meses.
A introdução do cabotegravir representa um avanço significativo nas opções de profilaxia pré-exposição (PrEP) no Brasil, que até então contava apenas com comprimidos diários disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2017. A PrEP é uma medida preventiva destinada a indivíduos com maior risco de exposição ao HIV, agente causador da AIDS.
De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil registrou aproximadamente 46,5 mil novos casos de HIV em 2023. Projeções alarmantes sugerem que, mesmo com a PrEP oral já em uso, o país poderá enfrentar até 600 mil novos casos nos próximos dez anos.
Roberta Corrêa, diretora da Unidade de Negócios de HIV da GSK/ViiV Healthcare, afirmou: “Estamos trazendo ao Brasil a primeira PrEP injetável de longa ação, um avanço importante na prevenção ao HIV, com potencial para ampliar o acesso e beneficiar ainda mais a população do país”.
Atualmente, as negociações para a incorporação do cabotegravir ao SUS estão em andamento. A avaliação de custo-benefício está sendo conduzida pela Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS), ligada ao Ministério da Saúde. Enquanto isso, o medicamento pode ser adquirido em farmácias e clínicas, com a opção de entrega diretamente aos pacientes.
AVANÇOS NA PREVENÇÃO DO HIV
A principal vantagem das opções injetáveis de PrEP reside na adesão aprimorada dos pacientes. Embora os comprimidos diários possam reduzir o risco de infecção a níveis próximos a zero, a necessidade de uso diário tem sido um desafio significativo para muitos usuários.
Além disso, o desenvolvimento contínuo no setor busca soluções ainda mais duradouras. Um exemplo é o lenacapavir, que se destaca como o primeiro medicamento injetável com eficácia comprovada por seis meses. Sua comercialização foi aprovada pela EMA (Agência Europeia de Medicamentos) em 26 de agosto de 2025 e nos Estados Unidos em junho deste ano.
A EMA enfatizou em comunicado que a PrEP constitui “um pilar no controle do HIV na Europa e no mundo”, mas observou que a adesão muitas vezes “fica abaixo do ideal”, devido tanto às limitações de acesso quanto à necessidade de administração diária em alguns tratamentos.
- Data: 27/08/2025 11:08
- Alterado:27/08/2025 23:08
- Autor: Redação
- Fonte: Assessoria