Uma segunda mulher acusou o procurador do Tribunal Penal Internacional Karim Khan de má conduta sexual, dizendo que foi sujeita a “uma ofensiva constante” de avanços, segundo o diário britânico The Guardian.
Khan está temporariamente suspenso desde Maio, enquanto decorre uma investigação externa às alegações, anunciada em Novembro.
As alegações de uma advogada que trabalhava directamente para Khan incluem toques sexuais não desejados e “abuso” num período prolongado (entre 2023 e 2024), comportamento coercivo e abuso de autoridade.
A equipa de advogados do procurador britânico de 55 anos disse que Khan “nega todas as alegações”.
A segunda acusação de uma mulher que pediu anonimato com medo de represálias data de 2009, quando Khan era um advogado de defesa no TPI, e ela estava a fazer um estágio não remunerado, trabalhando directamente com Khan.
A descrição da segunda mulher apresenta, segundo o Guardian, muitas semelhanças com as alegações da primeira.
Após a conclusão do inquérito, as conclusões serão avaliadas por um painel de peritos judiciais que irão aconselhar o organismo dirigente do TPI sobre potenciais medidas contra Khan incluindo, se for considerado culpado de falha ou violação grave dos seus deveres, uma votação secreta dos 125 Estados-membros do TPI sobre se deve ser destituído, algo que nunca aconteceu, sublinha o Guardian.
Khan foi eleito em 2021 para um mandato de nove anos, sendo a face pública do TPI e das suas decisões recentes de emitir mandados de captura contra o Presidente russo, Vladimir Putin, e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.
Representantes de Khan e o próprio procurador tentaram apresentar estas alegações como parte de uma campanha de descrédito e pressão contra si depois do anúncio dos mandados de detenção contra Netanyahu e o anterior ministro da defesa de Israel, Yoav Gallant.
A procuradora anterior, Fatou Bensouda, foi alvo de uma campanha de intimidação da Mossad, a agência de espionagem externa israelita.
O Guardian diz que a funcionária cuja queixa começou a investigação está especialmente incomodada com a sugestão de que poderia fazer parte de um complot pró-Israel, com pessoas que a conhecem a sublinhar que é muçulmana e apoiou a investigação aos crimes de altos responsáveis israelitas em Gaza.