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A Global Sumud Flotilla é uma iniciativa internacional sem precedentes que reúne dezenas de embarcações civis, de delegações de 44 países diferentes, com um único objetivo: romper o bloqueio ilegal imposto a Gaza, criar um corredor humanitário e pôr fim à ocupação israelita em curso.

Está previsto que no dia 31 de agosto saiam embarcações de vários portos do Mediterrâneo e do mundo, convergindo numa das maiores missões marítimas civis da história recente.

Ao contrário de uma missão governamental ou militar, esta flotilha é organizada por pessoas comuns, movidas por princípios de justiça, dignidade humana e ação não violenta, entre as quais estão três portugueses: Mariana Mortágua, Miguel Duarte e Sofia Aparício.

A palavra “Sumud”, que em tradução direta significa firmeza ou perseverança, representa para muitos palestinianos o valor da permanência na terra – a própria decisão de não emigrar e ficar na Palestina, contra todas as adversidades, é vista como Sumud.

Quem organiza?

A flotilha é fruto da união de diversas redes internacionais, entre as quais se destacam:

  • Freedom Flotilla Coalition – uma coligação com mais de 15 anos de experiência em missões marítimas para Gaza
  • Maghreb Sumud Flotilla
  • Global Movement to Gaza
  • Sumud Nusantara

Estas entidades juntaram-se numa única missão, sem qualquer filiação a governos ou partidos políticos. A organização é horizontal e descentralizada, composta por médicos, artistas, juristas, religiosos, marinheiros, ativistas e cidadãos de diferentes crenças, nações e visões políticas.

Como é financiada?

A Global Sumud Flotilla é totalmente independente e financia-se através de:

  • Donativos individuais
  • Campanhas de angariação de fundos
  • Apoio de organizações solidárias
  • Recolha de fundos por comunidades locais e delegações nacionais

Todo o financiamento é canalizado para cobrir despesas logísticas, legais, náuticas e humanitárias, como a compra, manutenção e preparação dos barcos, formação de tripulações e transporte de ajuda humanitária.

Quem pode participar? E como são escolhidos os participantes?

A participação está aberta a todos, mediante candidatura. Há diferentes formas de envolvimento:

Delegados em embarcações: ativistas, jornalistas, profissionais da saúde e outros perfis com compromisso com a missão.
Tripulantes: marinheiros ou pessoas com experiência náutica que possam ajudar na operação das embarcações.
Voluntários em terra: apoio logístico, ações de comunicação, organização local e campanhas de sensibilização.

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As delegações nacionais são responsáveis por selecionar os participantes nos seus países, assegurando que partilham os valores da flotilha (não-violência, solidariedade, independência) e que estão física e emocionalmente preparados para a missão.

Cada embarcação é gerida por uma equipa regional com apoio jurídico, náutico e logístico da coligação.

Até agora, delegações de 44 países já confirmaram presença. Entre eles: Portugal, Brasil, Espanha, França, Alemanha, África do Sul, Indonésia, Malásia, Estados Unidos, Reino Unido, entre muitos outros.

Que condições oferecem?

As condições de participação variam de acordo com o tipo de envolvimento:

  • Os participantes recebem formação em segurança, mediação de conflitos e direitos internacionais.
  • As embarcações são de pequeno a médio porte, escolhidas por serem mais ágeis e difíceis de intercetar.
  • É assegurado o respeito pela lei internacional.
  • A flotilha não transporta armamento.

A organização sustenta que a ação é legal sob o direito internacional. O bloqueio de Gaza, ao constituir punição coletiva, viola os princípios da Convenção de Genebra.

Além disso, embarcações civis com ajuda humanitária e protestos pacíficos em águas internacionais são protegidas pelo direito marítimo internacional.

Os participantes podem envolver-se de várias formas:

  • Participar como delegado ou tripulante.
  • Doar para apoiar os barcos e a ajuda humanitária.
  • Juntar-se a equipas locais de apoio e mobilização.
  • Organizar ações de solidariedade em portos ou cidades.

A organização da flotilla é uma forma de mobilização cívica com o objetivo de salvar vidas e fazer ouvir as vozes de Gaza.

De acordo com o ministério da Saúde controlado pelo Hamas, mais de 62 mil pessoas morreram desde 7 de outubro, na sequência da ofensiva israelita que respondeu ao ataque do grupo islamita, no qual cerca de 1.200 pessoas foram mortas e 251 raptadas.

Também a ONU declarou oficialmente um cenário muito grave de fome na cidade de Gaza, onde mais de 500.000 pessoas estão numa situação catastrófica.