Ergue-se a cerca de seis metros das ruelas da Mouraria e não vem em nenhum dos muitos e concorridos guias turísticos de Lisboa. E apesar dessa ausência nos roteiros que correm o mundo, é alvo de centenas de comentários elogiosos de turistas no Google.
Falamos, claro, da Planta Histórica de Lisboa, como foi batizada. As raízes ganharam forma entre os números 22 e 24 da Rua de São Cristóvão. Como é que ali foi parar, ninguém sabe.
“Toda a gente que passa pela rua tira fotografias”, explica à NiT Shagun, funcionário do Food, o café e mercearia inaugurado mesmo ao lado da planta em outubro de 2022. “É quase um monumento”, confirma.
À primeira vista, parece uma árvore banal. O que a distingue é o facto de crescer num local improvável, entre prédios, numa fachada coberta de azulejos. Está presa a um pequeno vaso, já com uma fenda lateral. Parte das raízes que até certa altura estavam restritas ao vaso, conseguiram escapar. Esta fuga permitiu à planta fixar-se no solo e crescer, mas há quem questione: como é que consegue manter-se de pé?
“As raízes já saíram do vaso e chegaram à terra”, começa por explicar André Mota, especialista em plantas e co-fundador da Plantome. Pela sua análise, trata-se de uma ficus elástica robusta, popularmente conhecida como “árvore da borracha”.
A planta ganhou fama nas redes sociais e já soma mais de 300 avaliações no Google. Alguns visitantes afirmam em tom de brincadeira que viajaram até Lisboa apenas para a ver.
A sua história é um mistério
“É uma planta que vendemos muito na loja porque também se dá muito bem em casa perto da janela e é fácil de cuidar”, explica André sobre os exemplares mais pequenos e caseiros.
“Precisa de muita luz, que pode ser indireta, mas gosta particularmente da luz direta. Em termos de rega, em casa convém regar quando a terra estiver seca. Não é uma planta que precise de estar com o substrato sempre húmido.”
A ficus elastica é originária do sul e sudeste asiático, onde as temperaturas elevadas favorecem o seu crescimento. Distingue-se facilmente de outras plantas do mesmo género pelas folhas grandes, brilhantes e ovais, com bordas que podem apresentar tonalidades avermelhadas.
Em ambiente natural, esta espécie pode alcançar até 60 metros de altura, embora demore cerca de dez anos a atingir o seu desenvolvimento máximo. Em contexto doméstico, o crescimento varia consoante os cuidados prestados e o local onde está plantada. É especialmente indicada para espaços interiores mais secos, uma vez que ajuda a manter a humidade do ar.
Carregue na galeria para ver algumas fotografias da planta gigante.