Nesta sexta-feira, 29 de agosto, Michael Jackson completaria 67 anos. O Rei do Pop morreu precocemente em 2009, vítima de intoxicação por propofol e benzodiazepina, deixando milhões de fãs órfãos de seu talento.
Figura no mínimo excêntrica, que levou uma vida repleta de bizarrices e enfrentou acusações sérias de pedofilia, Michael Jackson foi (e segue sendo) alvo de um sem-número de boatos e especulações.
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Astro é tema de podcast, musical e cinebiografia, que será estrelada pelo sobrinho. ‘Morte dele foi uma forma de redenção’, diz pesquisador.
Confira abaixo algumas das dúvidas mais curiosas que cercam a vida do Rei do Pop — e a década e meia que sucedeu sua morte.
Filhos de Michael Jackson: a trajetória dos herdeiros do Rei do Pop
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Os filhos de Michael Jackson, em 2012: Bigi (o caçula), Prince e Paris — Foto: Eddie Keogh/Britain Enteirnment
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Michael Jackson com os filhos, em 2010, em entrevista à Oprah Winfrey — Foto: Divulgação
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Os filhos de Michael Jackson em 2012 — Foto: Phil McCarten
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Os filhos de Michael Jackson em cerimônia em memória do pai, em 2012; cantor morreu em 2009 — Foto: Gabriel Bouys
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Michael Jackson segura o recém-nascido Prince, seu primogênito, em 1998 — Foto: Ursula Dueren/AFP
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Paris Jackson, filha de Michael Jackson, em 2012, aos 14 anos — Foto: Phil McCarten
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Michael Jackson balança o filho Bigi, em 2002, à beira de uma sacada de um hotel em Londres: criança foi apelidada por ele de Blanket (“cobertor”, em inglês), já que ele protegia o rosto do bebê em aparições públicas — Foto: Tobias Schwarz
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Bigi Jackson, filho de Michael Jackson, fotografado em rua de Calabasas, nos EUA — Foto: Reprodução/Instagram
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Prince Jackson, filho de Michael Jackson — Foto: Reprodução/Instagram
Veja fotos de Bigi, Paris e Prince Jackson
Michael Jackson morreu sem nariz?
MITO. Ed Winter, perito do Condado de Los Angeles, negou o boato após ter acesso à autópsia do Rei do Pop. “Os rumores são falsos. As pessoas gostam de dizer que ele tinha esse nariz de cera que tirava à noite e colocava de manhã. E, tipo, não é verdade”, disse à imprensa.
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É fato, porém, que a autópsia revelou que Michael tinha tatuado seus lábios para torná-los rosados e pintado o couro cabeludo de preto e escurecido as sobrancelhas.
Michael Jackson era assexuado?
MITO. Pelo menos é o que dizem algumas mulheres que supostamente teriam tido relações sexuais com o músico americano. A ex-mulher, Lisa Marie Presley, afirmou mais de uma vez que o sexo do casal era “muito quente”.
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Outras mulheres também garantiram terem “passado por lá”, como Ola Ray, que estrelou o clipe de “Thriller”. Theresa Gonsalves alega ter sido namorada do cantor enquanto ele estava filmando o longa “O mágico inesquecível” (1978) em Nova York, e afirma ter feito sexo com ele mais de uma vez.
Outro boato que perseguiu a vida de Michael é o de que ele seria gay. Ele mesmo insistiu algumas vezes, em vida, que era mentira. O biógrafo Ian Halperin, no livro “Unmasked: The final years of Michael Jackson” (2009), garantiu o contrário. Já Randall Sullivan, em “Untouchable: The strange life and tragic death of Michael Jackson” (2012), jura, sem dar qualquer prova real, que ele era um “virgem de 50 anos” quando morreu.
Michael Jackson durante gravação do clipe de “Thriller” — Foto: Divulgação
O embranquecimento de Michael Jackson foi causado por doenças?
VERDADE. Michael Jackson tinha vitiligo e lúpus, duas doenças que podem afetar a pele. A primeira muda a pigmentação de escura para clara, enquanto a segunda forma manchas vermelhas no rosto.
Por usar cremes claros para tratar ambas as condições, era improvável que Michael tivesse outra escolha senão parecer sempre extremamente pálido.
No entanto, as feições do astro foram “suavizadas” por escolha dele próprio. A primeira cirurgia no nariz veio após fraturá-lo durante o ensaio de uma coreografia de dança complexa em 1979, aos 21 anos.
Veja imagens de Michael Jackson no Brasil
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Michael Jackson, ainda adolescente, desembarca pela primeira vez no país, no Aeroporto do galeão, em 1974, acompanhado dos irmãos, com quem formava o grupo The Jackson 5. A turnê do grupo passou por capitais como Rio, Brasília, São Paulo e Belo Horizonte. Ao longo de sua trajetória artística, o astro esteve no Brasil outras duas vezes, já em carreira solo e consagrado com ícone da música internacional: em 1993 e 1996 — Foto: Arquivo / Agência O Globo
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O cantor Michael Jackson, ainda membro do grupo The Jackson 5, chega ao Aeroporto do Galeão, Rio de Janeiro, em 16 de setmbro de 1974 — Foto: Arquivo / Agência O Globo
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O cantor Michael Jackson, ainda membro do grupo The Jackson 5, chega ao Aeroporto do Galeão, Rio de Janeiro, em 16 de setmbro de 1974 — Foto: Arquivo / Agência O Globo
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Michael Jackson fala durante entrevista coletiva com o grupo The Jackson 5, no Hotel Nacional — Foto: Jorge Peter / Agência O Globo
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Michael Jackson se apresenta no Estádio do Morumbi, São Paulo, em outubro de 1993. As duas apresentações do show da turnê mundial “Dangerous World Tour” tiveram seus ingressos esgotados — Foto: Ivo Gonzalez / Agência O Globo
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Michael Jackson se apresenta no Estádio do Morumbi, São Paulo, em outubro de 1993 — Foto: Ivo Gonzalez / Agência O Globo
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Michael Jackson sobe ao palco do Estádio do Morumbi de maões dadas com grupo de crianças, ao som de “We Are The World” — Foto: Marcos Issa / Marcos Issa
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Em 1996, Michael Jackson retorna ao Brasil para a gravação do clipe da canção “They Don’t Care About Us”, que teve como cenário o Morro Dona Marta, no Rio de Janeiro e o Pelourinho, em Salvador (BA) — Foto: Anibal Philot / Agência O Globo
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Michael Jackson dança observado por moradores do Dona Marta durante a gravação do clip da música “They Don’t Care About Us”. Esta foi a última passagem do cantor pelo país — Foto: Anibal Philot / Agência o Globo
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Michael Jackson durante gravação do clipe em uma laje no morro Dona Marta. Um ano após a morte do astro, em 2009, uma estátua de bronze foi inaugurada em sua homenagem — Foto: Jorge William / Agência O Globo
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Michael Jackson grava trecho do seu clipe no Pelourinho, em Salvador (BA), com participação do bloco Olodum — Foto: Lucia Correia Lima / Agência O Globo
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Gravação do clipe de Michael Jackson com Olodum, no Pelourinho — Foto: Divulgação
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Michael Jackson se pendura na sacada dos casarios do Pelourinho, durante a gravação do clipe da canção “They Don’t Care About Us” — Foto: Marcelo Carnaval / Agência O Globo
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O cantor Michael Jackson na gravação do clipe no Pelourinho — Foto: Lucia Correia Lima / Agência O Globo
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Michael Jackson na sacada dos casarios do Pelourinho — Foto: Lucia Correia Lima / Agência O Globo
Relembre as passagens do rei do pop pelo país
Em sua biografia de 1989, ele admitiria ter feito duas intervenções plásticas no nariz e criado uma fenda falsa no queixo. Mas médicos garantem que Michael ainda fez lifting na testa, intervenções para afinar os lábios e uma cirurgia na bochecha.
Em entrevista a Oprah Winfrey, ele negou que tinha o desejo de se tornar branco: “Eu sou um negro americano, tenho orgulho de ser negro americano, tenho orgulho da minha raça”.
Michael Jackson dormia com um tanque de oxigênio?
MITO. Esse foi um dos boatos mais famosos que envolviam a rotina do cantor. Ele supostamente só conseguia dormir com o auxílio de um tanque cheio de oxigênio.
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Na verdade, o próprio Michael Jackson inventou a mentira para divulgar o curta-metragem de ficção científica 3D “Captain EO” (1986), dirigido por Francis Ford Copolla e escrito por George Lucas.
Bubbles e Michael Jackson — Foto: Reprodução
O chimpanzé de Michael Jackson usava o banheiro pessoal do cantor?
VERDADE. Bom, pelo menos segundo o próprio astro. Michael Jackson resgatou o chimpanzé Bubbles, de três anos, de um centro de pesquisas sobre câncer do Texas, em 1985.
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O animal se mudou para Neverland em 1988 e dormia em um berço no canto do quarto de Michael. Além disso, Bubbles usava seu banheiro pessoal e comia à mesa com outros humanos, até ser transferido para outro rancho na Califórnia.
VERDADE. O famoso rancho de Michael Jackson, cenário central do polêmico documentário “Deixando Neverland”, foi comprado em 2020 pelo bilionário Ronald Burkle, amigo da família Jackson, por US$ 22 milhões. O valor foi considerado uma “pechincha”.
A residência havia sido posta à venda em 2015, por US$ 100 milhões. Em 2017, caiu para US$ 67 milhões. Em março de 2019, mês em que o documentário já repercutia bastante por conta da exibição em Sundance, caiu ainda mais, para US$ 31 milhões — 69% de desconto em relação ao preço inicial.
Gravação do clipe de Michael Jackson com Olodum, no Pelourinho — Foto: Divulgação
Michael Jackson tinha a idade mental de uma criança?
VERDADE. Pelo menos é o que garante o especialista em saúde mental Dr. Stan Katz. O profissional examinou Michael Jackson durante as acusações de abuso sexual de crianças, em 2003.
Segundo a avaliação de Katz, Michael não era um pedófilo, mas regrediu de volta à idade mental de um menino de dez anos. Elizabeth Taylor, amiga pessoal do astro, também o defendeu: “não havia nada de anormal na forma como Michael lidava com crianças. Não tinha nada sexual acontecendo. Nós ríamos como crianças e víamos muitos filmes de Walt Disney”.
A mãe de Michael Jackson o convenceu a se casar?
VERDADE. Em 1996, os fãs de Michael Jackson se surpreenderam com o anúncio de que o astro estava se casando com Deborah Rowe, mas amigos alegaram que o cantor conhecia a enfermeira há dez anos, quando seus problemas de pele começaram a se desenvolver.
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O casal não planejava se casar após Deborah ter ficado grávida pela primeira vez, mas a mãe de Michael, Katherine, interveio e eles decidiram que o melhor era o casamento. Debbie é mãe de Paris e Prince Michael I. O casal, porém, nunca viveu sob o mesmo teto.
Michael Jackson, no show do intervalo do Super Bowl, em 1993 — Foto: Rusty Kennedy/AP
Michael Jackson foi abusado sexualmente na infância?
MITO. Tais rumores ganharam força no bestseller “Michael Jackson: The magic and the madness”, de J. Randy Taraborrelli, lançado em 1991. No livro, o biógrafo dizia que boatos de que o patriarca da família, Joseph Jackson, era um abusador “circulava havia muitos anos na indústria”. No mesmo ano, La Toya Jackson, irmã de Michael, escreveu uma autobiografia em que acusou o pai de abusar sexualmente dela e da irmã Rebbie.
Anos depois, La Toya se retratou sobre as acusações, e nenhum outro membro da família Jackson jamais confirmou os boatos.
Michael Jackson, porém, falava publicamente sobre os castigos físicos a que era submetido pelo pai. Em entrevista a Oprah, ele chorou ao acusar Joseph de abuso físico. O pai se “defendeu”: “Eu o chicoteei com um interruptor e um cinto. Eu nunca bati nele. Você bate em alguém com uma vara”. Michael nunca acusou o pai de abuso sexual.
Michael Jackson gravou música de Ivan Lins?
MITO. OK, essa não é exatamente uma grande dúvida que paira sobre a trajetória de Michael Jackson, mas é uma curiosidade divertida para nós, brasileiros. O Rei do Pop não gravou Ivan Lins, mas foi por pouco.
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Em janeiro de 1981, Ivan Lins e seu parceiro Vitor Martins foram à casa de Quincy Jones, que separara uma canção da dupla, “Um novo tempo” para um vindouro disco de Michael Jackson. Ivan conta que todas as partes chegaram a um acordo, Quincy fez uma festa para celebrar e os compositores, felizes, até tomaram um porre.
— Dias depois chega o contrato — disse o músico ao GLOBO em 2019. — Nada, rigorosamente nada do que tínhamos acertado na casa do cara constava na papelada. Ao contrário, veio um contrato leonino, bem imperialista, desrespeitoso até. Como se nós fôssemos gente dura e desesperada que assina qualquer coisa para ganhar um pouco de fama e uns trocados.
Um outro porre foi tomado, outro contrato negociado, mas a chance de “Um novo tempo” entrar em “Thriller” passou.
— Enquanto os advogados se digladiavam, o Quincy chegou a me mostrar, por telefone, umas ideias que estavam tendo para nossa música. E o letrista ia ser Rod Temperton, que me ligou um dia para saber o que dizia a letra em português. Falei que era sobre esperança de um mundo melhor, e me lembro muito bem da frase que ele disse: “Oh, Michael is gonna love that!” (O Michael vai adorar!) — contou Ivan, que chegou a ouvir boatos de que uma demo com a canção teria sido gravada pelo cantor.