No primeiro ataque, uma bomba atingiu uma escadaria exterior do lado leste do Hospital de Nasser e matou o jornalista Hussam Al-Masri que estava a fazer uma transmissão televisiva em direto para a Reuters.
Agora a BBC Verify descobriu que houve outra explosão numa outra escadaria (da ala norte), praticamente ao mesmo tempo. Esta segunda bomba acabou por ficar escondida pelo ataque “duplo” na escadaria leste.
As novas imagens mostram fumo e danos em ambas as escadarias. Portanto, o que se pensava ser um único ataque foi, na verdade, dois ataques separados que atingiram o mesmo local numa fração de segundo.
O ataque foi condenado internacionalmente e provocou indignação, pelo menos 20 pessoas morreram, incluindo cinco jornalistas.
Uma vez que Israel proíbe que jornalistas internacionais entrem em Gaza de forma independente, a BBC Verify identificou os ataques adicionais através da análise de dezenas de vídeos.
Os vídeos foram fornecidos por um freelancer no terreno e também por testemunhas oculares.
Outras imagens mostram uma pessoa ferida a ser carregada pela escadaria norte e o diretor de enfermagem do hospital a segurar roupas rasgadas e ensanguentadas.
Segundo ele, as roupas eram de uma enfermeira que estava a trabalhar no departamento cirúrgico quando este foi atingido.
Os relatórios iniciais de Gaza afirmavam que Israel tinha atacado o hospital duas vezes, com a segunda explosão a acontecer nove minutos depois da primeira enquanto dezenas de socorristas e jornalistas estavam no local.
Contactadas pela BBC Verify, as Forças de Defesa de Israel (IDF) não quiseram comentar as explosões recém-identificadas.
A narrativa de Israel sobre o que aconteceu no Hospital de Nasser foi mudando com os dias.
Na segunda-feira confirmou ter realizado um ataque na zona do hospital e lamentou “qualquer dano causado a indivíduos não envolvidos”. Também foi prometida uma investigação, mas sem justificar o ataque.
Na terça-feira, as Forças de Defesa de Israel (IDF) garantiram que os militares tinham identificado uma câmara posicionada pelo Hamas na área do hospital “usada para observar a atividade das tropas da IDF”.
No entanto, não foram apresentadas quaisquer provas.