No dia 16 de junho, quarto dia da guerra entre o Irão e Israel, o Conselho Supremo de Segurança Nacional iraniano reuniu-se secretamente num bunker em Teerão. Apesar das medidas de segurança, aviões israelitas bombardearam o local logo após o início da reunião, destruindo as entradas e matando guardas, mas os altos responsáveis presentes — incluindo o presidente Masoud Pezeshkian — sobreviveram.

“Estava numa reunião e tentaram bombardear a zona onde estávamos”, tinha já admitido em entrevista a Tucker Carlson, na altura sem especificar qual a ocasião em que a tentativa de assassínio aconteceu.

O Presidente iraniano Masud Pezeshkian

Maxim Shemetov/Reuters

A investigação, noticiada agora pelo jornal “The New York Times”, revelou que Israel tinha conseguido localizar o bunker ao infiltrar-se nos telemóveis dos seguranças que acompanhavam os dirigentes, explorando falhas de segurança que se arrastavam há anos. Essa vulnerabilidade tecnológica permitiu a Israel assassinar, nos primeiros dias da guerra, cientistas nucleares e comandantes militares iranianos.

Alguns iranianos celebram nas ruas de Teerão o ataque do Irão à base militar americana no Catar

Majid Asgaripour/Reuters

Médio Oriente

Infiltração profunda dos serviços israelitas

Fontes iranianas admitem uma infiltração profunda dos serviços israelitas e dezenas de detenções foram feitas por suspeita de espionagem. Israel, por sua vez, tinha preparado duas operações principais: uma contra cientistas nucleares (“Operação Nárnia”) e outra contra altos oficiais militares (“Operação Red Wedding”), visando neutralizar rapidamente as principais figuras estratégicas do Irão.

Os ataques resultaram na morte de mais de 30 comandantes militares e de vários cientistas de topo, como Mohammad Mehdi Tehranchi. A tecnologia — satélites, vigilância eletrónica e espionagem — foi decisiva para localizar e eliminar alvos.

Reuters

Médio Oriente

Apesar da sobrevivência da liderança política no ataque de 16 de junho, Teerão reconhece a gravidade da falha de segurança e reforçou as restrições ao uso de telemóveis. O episódio demonstrou a superioridade tecnológica de Israel e colocou o regime iraniano em estado de alerta máximo para deter espiões internos e rever os seus protocolos de segurança. A tentar reforçar-se, o Irão anunciou novos mísseis de ataque a 20 de junho. Segundo o país, com capacidades “muito superiores” a Israel.

Ministro da Defesa iraniano, Aziz Nassirzadeh

China News Service

Guerra no Médio Oriente