Esqueça os carros fumarentos que fazem peões e participam em corridas ilegais. Muitas das máquinas expostas no Drop PT Event implicaram um investimento tão elevado dos seus proprietários que a última coisa em que eles querem pensar é num arranhão nos seus “bébes”. Pegando num exemplo concreto: um kit de transformação de 120 mil euros para um Audi R8 pode parecer caro, considerando que só o carro, mesmo usado, pode custar mais de 150 mil euros. Mas nem é muito se compararmos com os kits da Liberty Walk para o Mazda RX 7 e para o Toyota Supra que estão logo à entrada da exposição, para impressionar quem chega.

O Ferrari SF90 Stradale que, apesar de já ser uma máquina extraordinária, ainda suportou 80 mil euros de transformações e o Mclaren 720S, com um conjunto de alterações mais modestas, avaliadas em 45 mil euros impressionam. Mas nem só de desportivos se faz o Drop PT Event. Na verdade, há carros de todos os tipos: carrinhas familiares, Audi A6 ou BMW Série 3, minivans Mercedes de nove lugares, SUV”s Audi, um Golf transformado numa pick-up. Há carros de luxo, Lexus e Mercedes, mas também simples VW Jetta ou Ford Escort. O que manda é a imaginação.

Um Ford Escort, carro familiar de gama baixa dos anos 80, em que a cabeça do motor foi pintada para parecer uma caixa de Jack Daniel”s, faz as delícias dos visitantes e é um dos preferidos para as selfies. Característica comum a quase todas as máquinas é a suspensão a ar que permite regular a altura do carro ao solo.

Ilegais em Portugal

“Em bom rigor, em Portugal, todas estes carros têm alguma coisa ilegal. A lei não deixa alterar as características mecânicas. As suspensões e o alargamento das vias (com rodas a sair da carroçaria) são dois grandes problemas”, esclarece Luís Bernardo, um dos elementos do grupo de amigos que arrancou com a organização. “Vamos andando e contando com a boa vontade da polícia. A verdade é que quem tem um carro destes não vai andar por aí como um louco. São só para mostrar”, refere Luís Ribeiro, outro responsável do Drop PT Event. “Por toda a Europa é possível legalizar os carros. Em Portugal, estamos numa situação em que é legal vender as peças, pelas quais pagamos impostos, mas depois, não há forma de legalizar os automóveis”, lamenta Luís Bernardo.

A avaliar pelo primeiro dia, a organização espera chegar na edição deste ano aos cinco mil visitantes. Hoje, a exposição está aberta até às 18 horas, os bilhetes custam 10 euros e as crianças com menos de dez anos não pagam.