As taxas Euribor subiram em todos os prazos entre Julho e Agosto. Uma inversão de tendência que se deverá manter face aos sinais de que o Banco Central Europeu poderá não descer mais as taxas de juro. Apesar disso, os encargos com o crédito à habitação ainda deverão diminuir nos próximos meses para, depois, entrarem num período de estabilização. 

De acordo com a CNN, o Banco Central Europeu (BCE) poderá não descer mais as suas taxas de juro de referência em 2025 ao contrário do que se esperava, uma alteração que está a ter impacto nas taxas Euribor que, em Agosto, vão subir face a Julho a 3, 6 e 12 meses, algo que já não acontecia há praticamente dois anos. Apesar desta subida, as prestações com o crédito à habitação ainda deverão continuar a diminuir durante mais alguns meses e, depois, entrar num período de estabilização.

Na última reunião do BCE, realizada em Julho, a instituição liderada por Christine Lagarde, deixou a taxa de depósitos, a principal taxa de referência, inalterada em 2%. Uma decisão tomada com bases nos dados positivos da taxa de inflação.

Neste contexto, a publicação revela que para já, quem tiver os seus contratos de crédito a habitação a serem revistos nos próximos meses, ainda deverá sentir um alívio na prestação a apagar ao banco. Isto acontece porque a comparação a fazer não é com a evolução mensal das Euribor, mas com o valor das taxas de juro em vigor na data da última revisão do contrato.

Pegando no exemplo de um contrato de 200 mil euros, a 30 anos, indexado à Euribor seis meses, com um spread (margem do banco) de 1%, a descida da prestação irá atingir quase 40 euros. Para o mesmo exemplo, mas indexado à Euribor 12 meses, a queda ainda será maior, devendo chegar a quase 110 euros, uma vez que a comparação é feita com a Euribor em vigor na última revisão do contrato, em Agosto do ano passado.

Ainda assim, se esta subida das taxas Euribor se mantiver nos próximos meses, a diminuição das prestações que se faz sentir sensivelmente desde o início de 2024, irá acabar.