Hamburguer deu origem ao sanduiche, tão popular quanto a pizza (Foto: Freepick)Má alimentação, que inclui comida com poucas vitaminas, como sanduiches, são um risco à boa saúde e geram parasitas (Foto: Freepick)

Do ATUAL

MANAUS – As verminoses são um problema de saúde pública no Brasil e podem impactar diretamente a absorção de nutrientes, levando a quadros de deficiência nutricional, fadiga, imunidade baixa e até desnutrição.

A nutricionista Flávia Garcia, especialista em nutrição integrativa, explica a importância de identificar sinais clínicos e adotar a desparasitação como medida de prevenção e tratamento. Segundo ela, muitas vezes os exames bioquímicos convencionais não detectam a presença de parasitas, mas os sinais clínicos dão pistas importantes.

“Um dos sintomas mais comuns é a deficiência de vitaminas do complexo B, especialmente B12 e B9, além da vitamina D, selênio e zinco. O paciente não consegue fazer a absorção necessária devido à presença de parasitas intestinais, o que ocasiona cansaço físico e mental, fadiga crônica e imunossupressão”, explica a nutricionista.

No organismo, os parasitas competem diretamente pelos nutrientes ingeridos. “Eles retiram do hospedeiro os nutrientes necessários para sua reprodução, alteram as funções fisiológicas e intoxicam o metabolismo. Isso afeta a absorção de macro e micronutrientes, principalmente em pacientes que nunca fizeram uma desparasitação na vida”, alerta.

Parasitas como giárdia, lombriga humana e tênias dificultam a absorção de vitaminas e minerais e, em casos mais graves, podem até obstruir a parede intestinal. “A anemia crônica, por exemplo, está diretamente relacionada ao ascaris lumbricoide, popularmente conhecido como lombriga, que consome nutrientes essenciais para a produção de sangue, além de provocar obstruções intestinais”, explica Flávia.

A desparasitação, diz a especialista, pode ser feita em crianças a partir de 2 anos com uso de frequências e em crianças a partir de 5 anos com tinturas naturais específicas. Adultos em geral também podem realizar o tratamento, sempre com acompanhamento profissional.

“É contraindicado para gestantes, lactantes e pacientes oncológicos, a depender do estágio da doença. Durante a eliminação dos parasitas, toxinas são liberadas, e alguns efeitos colaterais podem ocorrer, por isso a orientação de um profissional é essencial”, ressalta.

Boa alimentação

O cuidado nutricional após a desparasitação também é fundamental. “O foco deve estar em alimentos funcionais ricos em vitamina C, proteínas de qualidade, vegetais e boa hidratação. Sempre excluímos os ultraprocessados, principalmente os ricos em açúcar”, orienta a nutricionista.

Crianças e populações em vulnerabilidade social estão mais expostas aos impactos das verminoses. “As crianças estão em fase de crescimento e necessitam de muito ferro, proteínas e vitaminas. Já populações sem acesso a saneamento básico e água limpa entram em um ciclo de má nutrição que favorece a proliferação dos parasitas”, explica.

Flavia diz que a prevenção passa por hábitos simples, mas essenciais: “A desparasitação deve ser feita ao menos uma vez por ano. Além disso, é fundamental garantir água de qualidade, higienizar frutas e verduras corretamente, cozinhar bem os alimentos e evitar alimentos crus de procedência duvidosa. Sempre que possível, prepare o próprio alimento com cuidado”.

Para a nutricionista, cuidar da saúde intestinal é sinônimo de cuidar da imunidade: “Nossa imunidade começa no intestino. Se há presença de parasitas, é impossível fortalecê-la plenamente”.