Investigadores do KTH Royal Institute of Technology e da Universidade de Uppsala desenvolveram um método que pode confirmar infeções por sépsis em apenas duas a seis horas, em vez dos vários dias necessários com os testes tradicionais de cultura de bactérias. A técnica combina centrifugação inteligente para separar bactérias das células sanguíneas e microscopia automática, analisada por software de inteligência artificial, acelerando significativamente o diagnóstico.
A sépsis é uma emergência médica em que cada hora de atraso no tratamento diminui a taxa de sobrevivência em cerca de 8%. O método permite identificar rapidamente o patógeno, possibilitando iniciar o antibiótico adequado mais cedo, evitando o uso prolongado de antibióticos de largo espectro, que podem prejudicar bactérias benéficas do intestino e contribuir para resistência a antibióticos.
Nos testes realizados com amostras de sangue com bactérias como E. coli, K. pneumoniae e E. faecalis, o sistema detectou eficazmente a infeção, mesmo em níveis muito baixos. No entanto, ainda não é eficaz com Staphylococcus aureus, que se esconde em coágulos sanguíneos, e os investigadores estão a trabalhar numa solução para este caso.
O processo inovador envolve uma camada líquida contendo apenas as bactérias separadas, que é depois analisada num chip com microcanais. Pequenas armadilhas capturam as bactérias e o seu crescimento é monitorizado por microscopia automatizada, permitindo que a inteligência artificial identifique rapidamente a infeção. Este avanço promete revolucionar o diagnóstico e tratamento precoce da sépsis.