O Hamas confirmou a morte do seu líder, Mohammed Sinwar, que Israel já tinha anunciado em Maio. O movimento islamista palestiniano publicou no sábado à noite fotografias que mostram Sinwar e outros dirigentes, descrevendo-os como “mártires”.
Apesar de o Governo israelita ter anunciado, há mais de três meses, que Sinwar tinha sido morto na sequência de um bombardeamento das Forças de Defesa de Israel (IDF) na zona sul da Faixa de Gaza, o Hamas nunca o assumiu publicamente.
Irmão mais novo de Yahya Sinwar – considerado o mentor dos ataques do dia 7 de Outubro de 2023, que resultaram na morte de cerca de 1200 pessoas e no sequestro de outras 240, e que desencadearam a resposta israelita e o lançamento da guerra contra a Faixa de Gaza –, Mohammad Sinwar sucedeu-lhe na liderança militar do Hamas no final do ano passado.
Num discurso no Parlamento israelita no dia 28 de Maio, Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, falou numa “reviravolta dramática no sentido de uma derrota completa do Hamas”, assegurando que as IDF já tinham “eliminado” Mohammad Deif (comandante das Brigadas Ezzedine al-Qassam), Ismail Haniyeh (líder do bureau político do Hamas) e os irmãos Sinwar.
Este domingo de manhã, numa reunião do Governo israelita dedicada ao debate sobre os planos para o controlo militar da Cidade de Gaza, Netanyahu confirmou as notícias veiculadas pela imprensa nacional de que as IDF e os serviços secretos tinham levado a cabo uma operação militar na cidade, atingindo o local onde se encontrava Abu Obeida, conhecido porta-voz militar do Hamas.
Pouco depois, Israel Katz, ministro da Defesa israelita, anunciou a morte de Obeida, escrevendo na rede social X que o porta-voz “foi enviado para o fundo do inferno para se encontrar com todos os membros do eixo do mal do Irão, de Gaza, do Líbano e do Iémen que foram eliminados”.
“À medida que a campanha em Gaza se intensifica, vamos encontrar muitos mais dos seus parceiros de crimes: assassinos e violadores do Hamas”, prometeu ainda.
O Hamas não confirmou a morte de Abu Obeida.
As IDF declararam na sexta-feira a Cidade de Gaza, a norte do enclave palestiniano, como uma “zona de combate”, pondo fim ao corredor humanitário, e têm bombardeado intensamente a região nos últimos dias.
Segundo as autoridades de saúde palestinianas, citadas pela Reuters, pelo menos 30 pessoas morreram durante a madrugada deste domingo, vítimas dos ataques israelitas, incluindo 15 num edifício residencial na Cidade de Gaza e 13 pessoas que procuravam comida num posto de abastecimento na zona centro do território.
A guerra israelita na Faixa de Gaza já tirou a vida a mais de 63 mil pessoas, a maioria civis, de acordo com o Ministério da Saúde palestiniano.