As novas recomendações ESC/EAS, que atualizam as orientações de 2019, introduzem avanços significativos na avaliação do risco cardiovascular e nas estratégias terapêuticas. O Professor François Mach, Chefe do Departamento de Cardiologia dos Hospitais Universitários de Genebra (HUG), liderou a equipa internacional de especialistas responsável pela elaboração deste documento de referência.
Uma das principais inovações é a introdução de dois novos algoritmos de previsão de risco: o SCORE2 e o SCORE2-OP, este último específico para pessoas com mais de 70 anos. Estes instrumentos incluem agora endpoints como enfarte do miocárdio não fatal, AVC e risco de hospitalização, oferecendo uma análise mais abrangente da morbilidade e mortalidade combinadas.
O Dr. Konstantinos Koskinas (na imagem), cardiologista do Hospital Universitário de Berna e coautor das novas recomendações, destaca a importância das terapêuticas combinadas. As diretrizes recomendam a intensificação da terapia para redução de lípidos desde o momento da hospitalização em casos de enfarte do miocárdio ou síndrome coronária aguda, combinando estatinas de alta intensidade com ezetimibe.
As recomendações alargam ainda o uso de estatinas a grupos específicos, incluindo pessoas que vivem com VIH a partir dos 40 anos e doentes submetidos a regimes de quimioterapia cardiotóxica. O documento enfatiza também a necessidade de medir a lipoproteína (a), um fator de risco cardiovascular geneticamente determinado.
Os especialistas desaconselham expressamente o uso de suplementos alimentares, particularmente o arroz vermelho fermentado, e vitaminas para gestão do colesterol.
DOI: https://doi.org/10.1093/eurheartj/ehaf190
Mais informações: https://www.hug.ch/en/medias/press-release/high-cholesterol-swiss-cardiology-leads-new-international-recommendations