Bruno Lage, treinador do Benfica, em declarações na conferência de imprensa após a vitória sobre o Alverca, em jogo da 4.ª jornada da Liga.

– Que análise faz ao jogo?

– Objetivo principal foi atingido, que era vencer. Fizemos uma primeira parte consistente a controlar o jogo e a criar oportunidades, o que nos permitiu chegar ao intervalo a vencer. Entrámos na 2.ª parte com a oportunidade e do Schjelderup ao poste. E depois com o jogo tranquilo surge a expulsão. Mas a equipa teve coragem e determinação com 10 e fechámos a baliza o suficiente para levar a vitória no jogo.

– Esteve muito irreconhecível no banco, muito nervoso. O que aconteceu?

– Irritado é o termo. Foi evidente. Num jogo como estava, calmo, com duas equipas a querer jogar bom futebol, também por mérito do Alverca e da forma como jogou, com três homens da frente muito bons. Um jogo tão tranquilo não merecia tantas faltas e cartões. O Dedic não merecia levar dois cartões quando fez apenas três faltas.

– Despediu-se de Florentino com um abraço…

– É um momento difícil. Dei-lhe um abraço porque é a despedida de um grande jogador que eu tive a oportunidade de lançar e que me ajudou imenso, quer na equipa B, como na equipa principal do Benfica. No balneário reforcei a importância do míster Roger Schmidt que o soube repescar em tempo útil para o Benfica e para ele voltar a ser o grande jogador que é. Tive uma conversa com o Tino no Mundial de Clubes e ele percebeu que, se aparecesse uma boa oportunidade, podia ter uma aventura diferente das que já teve no estrangeiro. Fizemos o reforço que fizemos no meio-campo precisamente por isso. Sabíamos que pela qualidade que o Tino tem e pelo que fez na época passada na Champions, uma equipa de uma grande liga podia vir buscá-lo. O Tino teria sempre espaço comigo, porque gosto de ter dois jogadores competitivos por posição. A vinda do Manu foi para ter dois jogadores diferentes. E a vinda do Enzo foi para preparar a saída do Tino e a lesão do Manu.

– O mercado está quase a fechar. Ainda se podem esperar mais mudanças?

– Ainda temos muito trabalho pela frente. Falta um dia e meio para fechar o mercado e queremos ter plantel para jogar de três em três dias com a exigência de quem joga no Benfica.

– Apesar de estar a ganhar ao intervalo, concorda que o Benfica sentiu muito as dificuldades em atacar contra o bloco baixo do Alverca?

– Nós fizemos vários movimentos ofensivos e foi dessa forma que criámos os golos. Quando a bola chegava fora, fizemos diagonais e duplas diagonais com o Ivanidis. Faltou fazer mais cruzamentos rasteiros para apanhar os avançados de frente para a baliza. Foi isso à equipa disse ao intervalo.

– Samuel Soares foi outra vez titular e correspondeu.

– O Samu fez uma grande exibição. Mas digo já antes que perguntem que o Trubin continua a ser o número 1. Só que o Samu é muito importante para nós.

– O que pretendeu ao colocar Tomás Araújo ao lado de Otamendi, e não António Silva?

– Usámos o Tomás porque é o nosso centra mais rápido. Tivemos em conta o avançado do Alverca, que é muito rápido.

– Trubin também tem qualidades de scouting, como já disse sobre Aursnes?

– Não sei se eu já cá estava quando ele disse que o Sudakov podia entrar na nossa equipa. Encontrámo-lo porque se trata-se de um grande valor, com enorme qualidade. Pelas várias posições que desempenha, vai-nos permitir continuar a construir esta equipa de forma a termos soluções para jogar, independentemente do sistema, em função do que nos exigir o adversário.