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Um documento interno do Exército admitiu que Israel agiu “de forma desajeitada” e não conseguiu atingir qualquer um dos objetivos no controlo da Faixa de Gaza. De acordo com o relatório confidencial das Forças de Defesa de Israel (IDF), a Operação Carruagens de Gideão, lançada em maio para assumir o controlo do enclave, foi um fracasso uma vez que não conseguiu atingir as suas metas, que passavam pela derrota final do Hamas e a libertação dos reféns ainda presos.

Segundo as IDF, apontou o jornal espanhol ’20Minutos’, “Israel cometeu todos os erros possíveis” nessa campanha militar, sustentando que o exército agiu “contrariamente à sua própria doutrina militar” – lamentaram ainda que os ataques tenham sido realizados em ritmo lento, sem prazos claros e com má gestão de recursos. O relatório destacou também a priorização das IDF em evitar baixas em detrimento do sucesso da missão, salientando a má preparação das tropas para a guerrilha urbana.

As IDF destacaram a distribuição de ajuda humanitária, denunciando o planeamento e a execução “desajeitados”, que permitiram ao Hamas lançar uma campanha “falsa, mas eficaz” para refletir a fome sofrida pela população civil.

O relatório também concluiu que a Operação Carruagens de Gideão pressionou as forças israelitas e “prejudicou a credibilidade internacional do país”. Ao mesmo tempo, observou que, durante a ofensiva, o Hamas desfrutou de todas as condições necessárias para a sobrevivência, com recursos suficientes, uma base operacional segura e um método apropriado de guerra.

A ofensiva Operação Carruagens de Gideão foi lançada a 4 de maio e concluída em 16 de agosto.