A expressão “manifestação de interesse” soa familiar? Refere-se a um procedimento na lei portuguesa que permitia a cidadãos estrangeiros, que entravam em Portugal com visto turístico, solicitar uma autorização de residência mediante a apresentação de um contrato de trabalho válido. Esse procedimento foi extinto em 2024, a par do muito discutido endurecimento das leis da imigração, mas os Encontros da Imagem decidiram recuperar a expressão para aludir para o tema — a exposição “A Emigração Portuguesa a Salto”, com fotografias de Gérald Bloncourt, é um dos exemplos dessa alusão — e para, também, “brincar” com a semântica colocando outros temas em perspectiva.

As fotografias que os Encontros da Imagem partilham com o P3 levantam o véu sobre o que será apresentado, sob a direcção artística do galego Vítor Nieves, em Braga, Guimarães, Porto, Barcelos Avintes e Vila Verde, entre os dias 18 de Setembro e 2 de Novembro, os dias em que decorre a 35.ª edição do festival. As obras de mais de 350 artistas, nacionais e internacionais, estarão distribuídas por mais de 35 espaços das cidades e vilas supramencionadas — com destaque para Martin Parr e Antoine d’Agata, a nível internacional, e para André Cepeda, António Júlio Duarte, Augusto Brázio, Céu Guarda, Lara Jacinto, Luísa Ferreira, Olívia da Silva, Pauliana Valente Pimentel, Paulo Catrica, Valter Vinagre, entre muitos outros, a nível nacional.

Não só de exposições fotográficas e instalações viverá a presente edição do festival; a programação incluirá prémios, residências artísticas, conversas, um ciclo de cinema e uma sessão de leitura de portefólios, como já é habitual, dedicado à captação de talento de fotógrafos emergentes.