Pelo menos 16 pessoas ficaram esta quarta-feira desalojadas devido à queda da fachada lateral do prédio do n.º41 da rua do Sol à Graça, na freguesia de São Vicente, em Lisboa, confirmaram os Sapadores Bombeiros à Rádio Observador. Oito pessoas já puderam regressar a casa, de acordo com a Proteção Civil Municipal de Lisboa.
A queda da estrutura deu-se pelas 3h00 e não causou vítimas. Porém, os moradores de prédios vizinhos foram desalojados por as suas casas terem ficado sem condições de habitabilidade. Há ainda um carro danificado, que estava estacionado junto ao edifício. O trânsito foi também cortado.
À Lusa, Margarida Castro Martins, responsável da Proteção Civil Municipal de Lisboa, revelou que os habitantes no prédio ao lado do que ruiu, “os habitantes já voltaram todos para casa, do rés do chão, 1.º e 2.º andar”. Já os habitantes do prédio cuja parede ruiu, continuou, foram alojados pela autarquia numa unidade hoteleira. Assim, esclareceu ainda a responsável, dos 16 deslocados, “oito voltaram às suas casas e oito continuam fora”.
Graciete Magalhães, moradora no prédio ao lado do que ruiu e responsável pela primeira chamada às autoridades do incidente, contou que o ruído da queda a acordou em sobressalto.
“Acordo com um barulho que pensei: é um carro que bateu no prédio ao lado”, lembrou Graciete, acrescentando que foram os seus filhos, que moram no piso de cima da sua casa duplex, que “sairam a correr” e lhe disseram: “‘O prédio caiu‘”.
Em visita ao local, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, garantiu que não há quaisquer feridos no incidente.
“Há aqui um inquérito a fazer, o que é que se passou, se a obra está licenciada, quais os papéis que têm porque isto não devia ter acontecido, nem pode acontecer”, disse o autarca aos jornalistas.
Margarida Castro Martins explicou que a vistoria técnica ao edifício cuja parede lateral caiu, o número 41 da rua do Sol à Graça, “está instável pelo que vai ser estabilizado com escoramento”.
A responsável adiantou mesmo que o problema não foi dentro das casas, avançando que a fissura visível “teve a ver com a estabilidade estrutural do edifício e com a segurança estrutural do edifício”, acrescentando que quem fez “a avaliação técnica da engenharia concluiu que não há segurança a nível de estabilidade estrutural”.
De acordo com Margarida Castro Martins, vai ser agora dado início aos trabalhos de estabilização da parede caída, de limpeza da via e limpeza dos destroços, de forma a tentar entender “um bocadinho as origens” do que é que provocou o incidente.
“Só (…) depois esta obra continuará os seus trabalhos”, frisou, adiantando que a obra “está licenciada” e está a ser acompanhada pela Direção Municipal do Urbanismo, ou seja, pela fiscalização da Câmara.
Antes, Carlos Moedas afirmara que dependia também desta vistoria a retoma do trânsito na rua do Sol à Graça, sublinhando que a rua seria reaberta se não houvesse “grandes problemas estruturais”.
De acordo com a responsável da Proteção Civil, a via ficará mesmo cortada “mais algum tempo, não em toda a sua extensão, mas na zona” do incidente, para que não haja risco.
Neste incidente estiveram 10 elementos do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa, apoiados por três viaturas.