A Inteligência Artificial (IA) não serve apenas para criar imagens virais a envolver figuras públicas num escândalo. A cidade de Tóquio, por exemplo, usou a tecnologia para alertar os cidadãos japoneses relativamente à potencial erupção do monte Fuji.

O monte Fuji é um estratovulcão de 3700 metros de altura localizado a cerca de 100 quilómetros do centro de Tóquio. Embora não entre em erupção desde 1707, os geólogos consideram-no “potencialmente ativo”, por ter entrado em erupção durante o Holoceno, de acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos.

Além disso, o Fuji integra o chamado Anel de Fogo do Pacífico, uma área de significativa atividade sísmica e vulcânica, estando localizado na interseção das placas tectónicas do Pacífico, da Eurásia e das Filipinas. A subducção da placa do Pacífico sob a placa das Filipinas impulsiona a atividade do monte.

Segundo o National Geographic, a erupção mais recente e, também, a maior da história conhecida, foi provavelmente desencadeada por um terramoto de magnitude 8,6, em outubro de 1707. Começou meses depois, no dia 16 de dezembro, e durou até 1 de janeiro.

Na altura, o Fuji ejetou toneladas de uma mistura de materiais piroclásticos, incluindo cinzas e rochas, para o ar, cobrindo a cidade que é, hoje, conhecida como centro de Tóquio, e dizimando colheitas.

Monte Fuji

Devido à sua proximidade com Tóquio e outras cidades densamente povoadas, os especialistas monitorizam continuamente o monte Fuji, procurando potenciais sinais de atividade.

Por ser, ainda assim, impossível prever o momento da próxima erupção, as autoridades japonesas apelaram aos residentes para estarem preparados e mostraram-lhes como podem fazê-lo.

Tóquio preparou os cidadãos com vídeo gerado com IA

Em homenagem ao Dia de Preparação para Desastres Vulcânicos, celebrado a 26 de agosto, as autoridades japonesas divulgaram um vídeo gerado com ferramentas de IA.

Criado pelo Governo Metropolitano de Tóquio e pelo Gabinete de Gestão de Desastres do Japão, o conteúdo procurou alertar os 37 milhões de residentes de Tóquio de que o monte Fuji, embora adormecido, poderá entrar em erupção a qualquer momento.

[Vídeo original]

Conforme narrado, o material da erupção acumula-se até cerca de 60 a 70 centímetros de espessura em apenas alguns dias. Além das cinzas a cobrirem a cidade e a reduzirem drasticamente a visibilidade, o vídeo mostra consequências como uma casa a desabar e o trânsito a ficar paralisado.

Atualmente, segundo o Governo de Tóquio, citado pela Associated Press, não há sinais de erupção do monte Fuji. Contudo, “a simulação foi projetada para dotar os residentes de conhecimento preciso e medidas de preparação que eles podem tomar em caso de emergência”.