Você sabe onde fica o Mata Sete? A resposta está no livro “No auge do Mata Sete: vida, prazer e desamor na Ilha do Sal”, do jornalista e escritor Tadeu Oliveira. O lançamento faz parte da programação da Feira Literária de Macau (Flima), dias 05 e 06 (sexta e sábado), na Praça da Conceição, centro da cidade. A obre reúne crônicas e relatos sobre a vida boêmia de Macau da década de 50 até os anos 80.

O foco do livro está nos pequenos quartos do Mata Sete, Coreia e a Lua, ambientes que marcaram a cultura local. A obra explora a influência da indústria salineira na economia e na cultura da época, com suas casas de jogos, intensa vida noturna e a efervescência que marcou a região. O texto também traz depoimentos de personagens que vivenciaram esse período.

O autor descreve o Mata Sete como sinônimo de diversão, mesmo diante dos perigos. “Como um portal da alegria no cruzamento das Quatro Bocas, o beco oferecia atalhos diversos para a satisfação, chegando a ser o epicentro de uma Macau efervescente, marcada por atmosfera única e pulsante”, disse.

Na apresentação do livro, o jornalista Vicente Serejo afirmou que, ao terminar a leitura, sentiu a sensação de que “uma cidade tem sempre várias cidades escondidas”. O sociólogo João Andrade escreveu: “Não se trata apenas de uma história sobre cabarés, jogatinas e boemia. O trabalho de Tadeu Oliveira é a síntese das relações sociais estabelecidas em Macau, em uma época efervescente da sua história”.

Autor também de “Água de Grau: Macau que ainda se busca”, Tadeu Oliveira trabalha em um novo projeto sobre os 60 anos do Conjunto Sempre Alerta, grupo musical que gravou o primeiro disco (LP) do gênero no Rio Grande do Norte.