O Comité denunciou as “condições perigosas e indignas” a que são obrigadas a fugir as pessoas com deficiência.
Há relatos de pessoas a “rastejar na areia ou na lama, sem ajuda para se deslocarem”.Para além disso, as ordens de evacuação israelitas em Gaza “muitas vezes não chegam” às pessoas com deficiências auditivas ou visuais, o que “torna a evacuação impossível”.
Os especialistas deste comité garantem que mais de 80 por cento das pessoas com deficiência perderam os dispositivos de assistência. Sendo certo que a maioria não conseguiu encontrar alternativas, como carroças puxadas por burros.
Os obstáculos físicos, como os escombros de edifícios ou infraestruturas, e a perda de ajudas à mobilidade também têm impedido as pessoas de chegar a pontos de distribuição de ajuda.
É com muita preocupação que o Comité das Nações Unidas para os Direitos das Pessoas com Deficiência comenta a decisão de Israel quanto a dispositivos auxiliares.
Cadeiras de rodas, andarilhos, bengalas, próteses são considerados pelas autoridades israelitas como “artigos de dupla utilização”.
Ou seja são considerados ofensivos e, por isso, não são incluídos nos envios de ajuda humanitária.
Este comité, que se reúne duas vezes por ano em Genebra, adianta que Israel deveria adotar medidas específicas para proteger as crianças com deficiência contra ataques e implementar protocolos de evacuação que levassem em consideração as pessoas com deficiência.
Entre 7 de outubro de 2023 e 21 de agosto deste ano, a guerra de Israel em Gaza provocou ferimentos em pelo menos 157 114 pessoas.
Destas mais de 25 por correm o risco de ficar com incapacidades para toda a vida.